CNTSS > LISTAR NOTÍCIAS > ACONTECE > ENTIDADES FILIADAS À CNTSS/CUT PARTICIPAM DE ATOS CONTRA REFORMA DA PREVIDÊNCIA
22/02/2019
Os Sindicatos e Federações filiadas à CNTSS/CUT – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social se mobilizaram para participar na quarta-feira, 20 de fevereiro, dos atos e manifestações convocados pela CUT – Central Única dos Trabalhadores e demais Centrais Sindicais contra a proposta de Reforma da Previdência encaminhada ao Congresso Nacional pelo presidente de extrema direita, Jair Bolsonaro, nesta mesma data. Enquanto os carrrascos da classe trabalhadora possavam para as fotos protocolando a PEC - Proposta de Emenda Constitucional, os trabalhadores em vários pontos do país já mandavam seus recados para o governo e ao Congresso demonstrando que haverá resistência para manter os direitos trabalhistas e o Sistema Público de Previdência Social.
O presidente da Confederação, Sandro Cezar, reiterou entre as entidades filiadas à CNTSS/CUT a importância da participação nos atos agendados pela CUT por todo o país. Em depoimento gravado para a Secretaria de Comunicação da CUT Nacional, Sandro Cezar faz um convite para que todos os trabalhadores da Seguridade Social participassem do grande movimento contra a Reforma da Previdência, a Assembleia da Classe Trabalhadora. “É de fundamental importância o envolvimento de todos os sindicatos e federações, pois estaremos enfrentando a pior proposta de Reforma da Previdência para nosso país. É importante que os trabalhadores e trabalhadoras ajudem a construir na sociedade a luta contra esta Reforma, ” afirma.
Na capital paulista, a Praça da Sé, no centro da cidade, recebeu os trabalhadores da região metropolitana e dirigentes sindicais e das Centrais para um grande ato. O espaço da Praça foi tomado pelos trabalhadores representantes de inúmeras categorias profissionais dos setores público e privado para dizer que não vão aceitar as intenções nefastas de Bolsonaro e seu ministro da Fazenda, Paulo Guedes, de destruir a aposentadoria e os demais benefícios sociais contidos nas políticas de Previdência Social. Todas as falas das lideranças foram unanimes em apontar para o governo, os deputados e os senadores que vão ter que enfrentar a determinação dos trabalhadores nas ruas e demais espaços sociais para derrubar esta proposta de Reforma que só exclui direitos e aumenta a vulnerabilidade econômica dos trabalhadores.
A CUT foi representada neste ato por seu presidente nacional, Vagner Freitas, além de várias lideranças de sua direção. Freitas saudou os servidores públicos municipais pela intensa luta que estão travando contra o prefeito peessedebista, Bruno Covas, pela defesa da aposentadoria municipal. Também recordou da grave crise que atinge os metalúrgicos da Ford de São Bernardo, município da região da grande São Paulo, por conta da iniciativa da empresa de fechar a fábrica e demitir todos os funcionários. Dois momentos de intensa luta dos trabalhadores por seus direitos e emprego. Agora, com a proposta de Reforma da Previdência, uma nova batalha deverá unificar todos os trabalhadores e trabalhadoras para evitar que a medida seja aprovada.
Freitas fez questão de desmistificar a proposta adotada por Bolsonaro ao deixar bem claro em sua fala que não se trata de reforma, mas, sim, de uma iniciativa que visa acabar com todo o sistema Previdenciário brasileiro, indo mais além ao querer destruir a Seguridade Social. “Eles mentem para os trabalhadores. Não é só uma questão de acabar com a aposentadoria. Eles querem acabar com todos os direitos e os benefícios contidos na Previdência Social. Previdência não é só aposentadoria. É uma ampla gama de benefícios que vão ser atingidos pelas medidas da dupla Bolsonaro&Paulo Guedes,” afirma o presidente da CUT.
Fim da aposentadoria por tempo de contribuição, implementação da obrigatoriedade de idade mínima para aposentadoria de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres, transição de 10 a 12 anos são alguns dos itens presentes no texto apresentado por Bolsonaro. Um projeto ardiloso que atinge de forma cruel tanto os trabalhadores da iniciativa privada vinculados ao RGPS - Regime Geral da Previdência Social, como os do sistema público, atrelados ao RPPS - Regime Próprio de Previdência Social. A medida que propõe um novo regime de capitalização, onde os trabalhadores deixem o sistema público para ver seu patrimônio ser entregue ao capital financeiro, deverá ser apresentada nos próximos dias. A situação dos militares também não foi esclarecida neste primeiro momento da proposta.
Freitas afirmou que a CUT e demais Centrais estão se organizando para montar uma intensa estratégia de resistência. A CUT, Força Sindical, CTB, Intersindical, Nova Central, CGTB, CSP-Conlutas e CSB estão denunciando que as propostas deste novo governo apresentadas no Congresso confirmam a avaliação feita há muito tempo sobre a intenção de Bolsonaro deixar o trabalhador sem aposentadoria pública dificultando o acesso e rebaixando a níveis impensáveis o valores dos benefícios. Para evitar este desastre social, as Centrais vêm mobilizando há tempos os trabalhadores para denunciar as reais intensões destes governos neoliberais que chegaram ao poder com Temer e Bolsonaro. Os trabalhadores, no ato em São Paulo, já aprovaram a realização de atos públicos, mobilizações nos locais de trabalho e nos bairros de todos os municípios do País.
A proposta é intensificar a organização dos trabalhadores e dialogar com toda a população sobre as maldades contidas no texto apresentado por Paulo Guedes. O documento aprovado pelos trabalhadores na Assembleia deste dia 20 já aponta indicativos de datas mobilizadoras como o 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e o 1º de maio, Dia do Trabalhador. Aprova, ainda, que as Centrais definam uma data para a realização de um dia nacional de lutas e mobilizações em defesa da Previdência Social Pública e contra o fim da aposentadoria. “Vamos unificar todos trabalhadores. Vamos juntar todos para derrotar a reforma da previdência. Vamos enfrentar o que está acontecendo no Brasil. Nós podemos e temos força na sociedade,” afirma Vagner Freitas.
Confira a íntegra da resolução. Clique aqui.
José Carlos Araújo
Assessoria de Imprensa da CNTSS/CUT
Conteúdo Relacionado