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Seminário Internacional: a participação do capital estrangeiro na saúde

11/12/2015

Uma ameaça aos trabalhadores, o ingresso das multinacionais no setor torna ainda mais precários os empregos, reduzindo os direitos trabalhistas com as terceirizações

Escrito por: Sindsaúde Passo Fundo

 

 

No Brasil, apesar de um quarto da população ser atendido pelo sistema privado, o segmento responde por metade dos gastos em saúde. Cerca de 5% do PIB nacional direcionado para o setor vêm de recursos das próprias famílias, enquanto a administração pública entra com 3,8%.

 

As operadoras de saúde entram neste nicho de marcado, criam artificialmente a demanda da alta complexidade em exames e, com a incorporação desordenada de novas tecnologias e procedimentos desnecessários, explodem os seus lucros.

 

Sobre esta questão, Jocélio Drummond, secretário da Internacional dos Serviços Públicos para as Américas (ISP), afirmou na quinta-feira, 10/12, que o custo hospitalar das operadoras chega a ser cinco vezes mais alto, o quê também ocorre com os procedimentos.

 

Em tempos de crise, o governo tende a diminuir o investimento em vários setores, abrindo espaço para a iniciativa privada suprir essa carência. Há setores como o da saúde que continuam crescendo e precisando de recursos. Para os fundos internacionais que atuam no setor – comprando a participação em empresas para vender no futuro com lucro -, o momento é ideal no Brasil.

 

A estimativa é de que eles tenham R$ 130 bilhões em recursos comprometidos para o país. “Ao investir na saúde, com seus métodos predatórios, causam ainda maior precarização do trabalho, flexibilizando direitos trabalhistas com brutais terceirizações”, revela o dirigente.

 

Como observa, somos o quarto maior mercado de saúde no mundo, “mas uma sociedade marcada pela desigualdade social e de renda, não deve condicionar o acesso a serviços de previdência de saúde à capacidade de pagamento do usuário”. Para ele, o trabalhador da saúde tem a obrigação de lutar pelo direito à saúde de todas as demais categorias.

 

É neste sentido o objetivo da Internacional dos Serviços Públicos para as Américas: conhecer as empresas transnacionais que atuam no mercado de saúde da América Latina, identificando suas políticas e interesses, revela Jocélio. “No Brasil o enfoque será dado à AMIL”.

 

Entre as propostas para o país, diz que a ISP vai fortalecer o sindicalismo da saúde e as organizações sindicais, além de promover seminários de capacitação e pesquisa. “Organizar os trabalhadores nos países onde essas corporações atuam será fundamental para definir políticas de defesa do emprego e das condições de trabalho”, resume o secretário.

 

Um dos coordenadores da REBRIP – Rede Brasileira Pela Integração dos Povos, o psiquiatra foi um dos debatedores do Seminário Internacional sobre as Mudanças no Sistema de Saúde do Brasil e do Mundo, realizado em Porto Alegre pela CNTSS/CUT – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social.  

 

 

Rosa Pitsch - Sindsaúde Passo Fundo

 

 

 

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