Escrito por José Rivaldo da Silva é secretario geral da Fentect/CUT
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, presente em 5.560 municípios do Brasil desempenha relevante papel social como uma das principais agentes de promoção dos programas de desenvolvimento do Governo Federal nas mais distantes comunidades.
Com mais de 346 anos de história e de bons serviços prestados à sociedade, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é considerada a empresa de maior respeitabilidade neste ramo em todo o mundo e um exemplo nacional.
Além dos tradicionais serviços postais conhecidos, a ECT presta serviços de cidadania no pagamento de pensões e aposentadorias; na distribuição de livros escolares; no transporte de doações em casos de calamidade; em campanhas de aleitamento materno; no treinamento de jovens carentes; preservação do patrimônio cultural do Brasil e em inúmeras outras situações em que demonstra sua vocação pelo bem-estar da sociedade, como uma verdadeira empresa pública deve ser.
Toda essa importância que a ECT representa aos brasileiros está em risco pela tramitação, no Congresso Nacional, do Projeto de Lei 3677/2008, de autoria do Deputado Federal Régis de Oliveira (PSC/SP), que apresenta nova formulação dos serviços postais brasileiros, através da quebra do Monopólio Postal do Estado Brasileiro.
Não são de hoje as tentativas de sucateamento e destruição deste patrimônio público por agentes oportunistas (empresas privadas nacionais e internacionais e seus testas de ferro no Congresso Nacional), apenas interessados no lucro gerado pelo serviço.
O Projeto de Lei 3677/2008 visa a abertura da empresa à privatização de seus serviços, o que pode comprometer o atendimento prestado à população em mais de 40 milhões de domicílios em todo o país.
No setor postal mundial são movimentadas, aproximadamente, 496 bilhões de correspondências e 5 bilhões de encomendas por ano, gerando em torno de duzentos bilhões de dólares, com estimativa de crescimento em 5% ao ano.
No Brasil os Correios geram uma receita anual estimada em mais de R$ 11 bilhões (onze bilhões de reais!!) e os interessados na sua privatização estão de olho nestes valores, sem considerar a universalização do serviço; as ações de interesse social, nacionalmente abrangentes; nem a manutenção dos milhares de empregos hoje existentes.
Para manter todos os serviços nas localidades menos "rentáveis, fora dos grandes centros urbanos, a ECT compromete cerca de 50% da sua receita. A iniciativa privada, com foco unicamente nos lucros, não deve manter esse investimento.
A Federação Nacional dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos e Similares - FENTECT/CUT, que representa os mais de 116.000 trabalhadores da empresa, têm atuado fortemente junto à população e aos parlamentares pela manutenção dos Correios como empresa pública e a serviço dos interesses dos brasileiros.
Até hoje o avanço da sanha privatista não tem tido sucesso graças à mobilização destes milhares de trabalhadores sob a organização de suas representações sindicais.
A FENTECT/CUT convoca os brasileiros a unirem-se a nós, trabalhadores dos Correios, para impedir esse golpe ao patrimônio público e a garantir que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT continue pública e com a qualidade e segurança que a população merece.
