Foi instalada no dia 26 de agosto, na Assembléia Legislativa, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Corrupção, com objetivo de investigar as denúncias de corrupção no governo Yeda. A CPI, que terá como presidente a deputada Stela Farias (PT), obteve 39 assinaturas.
Desde fevereiro os trabalhadores, estudantes e movimentos sociais vêm cobrando da Assembléia, a instalação da CPI e de um processo de impeachment da governadora. No dia 5 de agosto, o Ministério Público Federal indiciou Yeda e mais oito membros do governo, entre secretários, assessores diretos e deputados estaduais e federais, na ação que investiga o desvio de R$ 44 milhões do DETRAN. A operação Rodin, como foi nominada pela Polícia Federal, foi desencadeada em 2007.
Para os trabalhadores, o governo Yeda é um governo sem legitimidade para continuar governado. Moralmente, é um governo que já acabou.
Ao longo destes quatro anos, quando se sucederam as denúncias de corrupção, houve um processo de desmonte dos serviços públicos no RS. Educação, segurança e saúde estão entre as áreas mais afetadas. Na educação, os alunos estão tendo aulas em salas de lata e, terminado o seu turno, tem que pegar em baldes e vassouras para eles mesmo limparem as salas.
Na segurança, o que se vê é um completo descaso com o cidadão e um tratamento violento com os movimentos sociais. O episódio recente na fazenda Southal, em São Gabriel, durante uma ação de desocupação de militantes dos Sem Terra do local, quando a polícia de Yeda assassinou um trabalhador rural, mostra a forma com que governadora trata os movimentos sociais.
Por fim, na saúde, as sucessivas denúncias dos trabalhadores da área, como os enfermeiros, quanto ao descaso e precarização das condições de trabalho e atendimento à população, com os cortes de recursos, criaram um quadro caótico, que levou às entidades, entre elas o SERGS, a denunciarem ao Ministério Público a não aplicação dos valores determinados constitucionalmente na saúde. Até o momento, por iniciativa destas ações, a governadora foi condenada a devolver recursos da ordem de R$ 365 milhões relativos ao que deixou de ser aplicado em 2003. Mas ainda tramita na justiça Ação Civil Pública para repor as verbas subtraídas do setor em 2004 e 2005 e representação no Ministério Público Estadual, reivindicando a recomposição dos orçamentos do Estado de 2006 a 2008.
É fundamental que a sociedade se mobilize e participe dos atos organizados pelas entidades sindicais, movimento estudantil e movimentos sociais e pressionem os deputados para que dêem andamento a CPI. É preciso apurar todos os envolvidos nas denúncias de corrupção e abri um processo de impeachment da governadora, que não tem mais como continuar governado o Estado.