Enquanto outros países fortalecem as políticas públicas de saúde, o governo do Estado de São Paulo acaba de aprovar lei que aumenta a privatização dos serviços públicos de saúde. A lei aprovada pela Assembleia Legislativa em 2/9 permite que Organizações Sociais, privadas, possam assumir não mais apenas hospitais novos, mas aqueles já existentes e em funcionamento. Se cuidem, pois na lista dos passíveis de serem privatizados e transferidos às OSs está o INCOR, DANTE PAZANESI, HOSPITAL DAS CLÍNICAS, INSTITUTO DA CRIANÇA e outros hospitais da capital e do interior.
A lei permite um absurdo maior: a venda de 25% dos leitos públicos para o privado. Vejamos: hospital público, construído e equipado com dinheiro público, poderá ter 25% de seus leitos e serviços abertos para planos e seguros de saúde. Isso no Estado de São Paulo onde existem filas de espera, onde gestores municipais e técnicos da regional de saúde, funcionários do próprio estado, buscam desesperadamente vagas para os pacientes do SUS! O que falta ao cidadão que só tem o SUS vai ser vendido ao privado. É Hobin Hood ao contrário: tira-se a chance de exames e internações dos mais pobres (que só dispõem do SUS) para ocupar esse espaço com quem, além do SUS - que é direito constitucional - tem um plano ou seguro privado.
Este é o ano da 15ª Conferência Municipal de Saúde. É o momento dos usuários e trabalhadores dos serviços de saúde avaliarem os problemas de saúde na capital e apresentarem suas propostas, exigindo que elas sejam incluídas no Plano Plurianual da Saúde (2010-2013).