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8 DE MARÇO - Cem anos de luta por igualdade de direitos e de oportunidades

Escrito po: Fonte - Imprensa CNTSS

04/03/2010


Por Maria de Fátima Veloso Cunha*

No dia oito de março de 2010, mulheres de todo o mundo comemoram os cem anos do Dia Internacional da Mulher. Nós, mulheres da Central Única dos Trabalhadores no Estado de Goiás (CUT/GO), e do Brasil, há mais de duas décadas lutamos pela igualdade de oportunidades entre mulheres e homens.

Antes de ser oficialmente instituído pela ONU em 1975, este dia de luta ganhou caráter mundial a partir de uma proposta da feminista Clara Zetkin durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, realizada em Copenhague, na Dinamarca, em 1910.

No Brasil, conquistamos o direito ao voto em 1932, no entanto, até hoje ocupamos menos de 10% das vagas da Câmara Federal, nas Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais e também no Poder Executivo. Por aqui, as necessidades de um mercado nacional emergente ajudaram a libertar as mulheres do ambiente doméstico, mas sua inserção no mundo do trabalho permanece, ainda, marginalizada.

Com menos intensidade para as que estão no serviço público, as demais, ou estão concentradas em setores desvalorizados da economia, ou trabalham como “autônomas” no setor informal, sem nenhuma proteção social e reconhecimento de sua importância para a economia do país. Ao mesmo tempo em que brigam por igualdade de salários e de oportunidades de ascensão em relação aos homens nas empresas, também lutam pelo reconhecimento e pela valorização do trabalho doméstico e de cuidados que continuam a realizar em suas casas.

As mulheres que realizam o trabalho doméstico no Brasil não são reconhecidas enquanto trabalhadoras de direito e de fato. A maioria não tem, inclusive, a assistência e a previdência asseguradas. Mas, mesmo com o avanço da lei, existem aspectos culturais que fazem com que as próprias mulheres reproduzam sua condição de subemprego. Ao ganhar menos, elas não asseguram às outras mulheres – que também trabalham em suas casas, ou cuidam de seus filhos – os seus direitos; reproduzindo e reforçando a cadeia da desigualdade. Só agora, após o Fórum Social da África do Sul – reforçando no último Fórum Social Mundial – que a sociedade começa a discutir um sistema universal de previdência social.

No campo da ampliação do direito das mulheres, muitas lutas ainda são necessárias: por uma redivisão sexual do trabalho e por Políticas Públicas que façam o Estado assumir efetivamente sua cota de responsabilidade, assegurando instrumentos públicos como creches, escolas em tempo integral, lavanderias públicas, restaurantes acessíveis... enfim, uma estrutura que garanta às mulheres a tão sonhada igualdade de direitos e oportunidades.

*MARIA DE FÁTIMA VELOSO CUNHA é Secretária Sobre a Mulher Trabalhadora da CUT/GO e presidenta do Sindsaúde/GO. Suplente de vereadora em Goiânia pelo Partido dos Trabalhadores, está há mais de 20 anos na luta pelos direitos das Mulheres e pela garantia e ampliação dos direitos humanos e sociais.

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