Eleições 2010
Da Redação - Diego Bento
Dados divulgados recentemente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) demonstram que 135,8 milhões de eleitores estão aptos a votar nas próximas eleições, marcadas para o dia 3 de outubro. A participação feminina nesse universo dos eleitores brasileiros, ao longo dos últimos anos, segundo indicam pesquisas, torna-se cada vez mais expressiva e progride na medida em que aumenta a faixa etária dos votantes.
No caso do Estado de São Paulo, levantamento da Fundação Sistema Estadual de Análise e Dados (Seade) identificou que existiam, em 2008, cerca de 15,1 milhões de eleitores do sexo feminino contra 13,9 milhões do sexo masculino, num total de 30 milhões de pessoas aptas a votarem no Estado até aquela data.
O predomínio do sexo feminino no total de eleitores do Estado começou a ser observado em 2000, quando havia 97,3 homens para cada 100 eleitoras. Em 1992, a maioria era masculina, tendo sido contabilizados 103,7 eleitores do sexo masculino para cada 100 mulheres.
A constatação, no entanto, não pode ficar restrita à frieza matemática das estatísticas, pois tem importância histórica, já que a luta das mulheres pelo direito ao voto é um dos marcos da emancipação feminina no Brasil e no mundo. O direito de ser eleitora no pleito nacional completa 78 anos em 2010. O reconhecimento a este direito se deu, no Brasil, a partir de 1932, e não de forma completa, pois a permissão abrangia apenas a participação de mulheres casadas, desde que devidamente autorizadas a isso por seus maridos.
Em 1934, com a consolidação em do Código Eleitoral, todas as mulheres passaram a ter o direito ao voto, mas sua participação nas eleições não era obrigatória. Apenas em 1946, o voto feminino ganhou status de obrigatório, deixando de existir, a partir de então, qualquer distinção em relação ao dos homens.
Mesmo sendo a maioria do eleitorado, mulheres ainda ocupam poucos cargos eletivos
O mesmo crescimento das mulheres enquanto eleitoras, no entanto, não é observado na sua participaçãoem cargos eletivos. Tomando por base o que ocorre na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, constata-se uma expressiva desproporção entre os ocupantes de mandatos do sexo masculino e os do feminino. Atualmente, são 94 as cadeiras do Legislativo paulista, destas apenas 11 são ocupadas por representantes mulheres.
A evolução dessa participação na Casa pode ser medida também através do tempo, iniciando-se em 1947, com uma eleita, Conceição da Costa Neves " que ocupou mandatos de deputada estadual até 1969 ", e uma suplente, Zuleika Alambert. A participação tornou-se maior do que o máximo de duas cadeiras apenas em 1987, quando foram eleitas sete deputadas para o período encerrado em 1991.
Fontes: Fundação Seade; Agência Assembleia de Notícias ("A mulher e o voto", texto de Antonio Sérgio Ribeiro).