Alexandre Gamón - CUT/SP
A Central Única dos Trabalhadores participa efetivamente da luta contra as agressões físicas e morais que sofrem diariamente as mulheres, por conta disso, a CUT/SP, por meio de sua Secretaria da Mulher Trabalhadora, organizou nesta quinta-feira, (02), o Seminário "Mulher, Mídia e Violência - A Formação Sindical e o olhar para o Combate à Violência contra a Mulher”.
O evento realizado no auditório do Sindicato dos Bancários de São Paulo, contou com a participação de militantes e dirigentes sindicais. O Presidente da CUT/SP, Adi dos Santos Lima, mostrou-se satisfeito ao encontrar tantos companheiros e companheiras de luta comprometidos com a causa. “Fico feliz em saber que os mais variados sindicatos estão presentes, isso significa que o debate sobre a violência contra mulher vai chegar até a base, e esse é o objetivo da central”.
A promotora Eliana Vendramini, uma das orientadoras do curso de Promotoras Legais Populares, participou da atividade. A promotora destacou que após as aulas as mulheres ficaram mais fortes e prontas para atuarem como multiplicadoras de informação. “O curso serviu para conscientização dos direitos, por exemplo, muitas não sabem que a Lei Maria da Penha, no artigo terceiro, prevê que a mulher vítima de violência pode se afastar do serviço por até seis meses”.
A Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT/SP, Sônia Auxiliadora, conduziu a mesa de debate - Mulher, mídia e violência, com a presença da pesquisadora e psicóloga, Rachel Moreno e a psicanalista e escritora, Maria Rita Bicalho Kehl.
Maria Rita criticou a forma como televisão expõe o corpo feminino e determina biotipo ideal. "A televisão não está preocupada em explorar as qualidades femininas e sim difundir para sociedade um modelo de corpo, pois hoje nas mídias não vemos mulheres reais e sim momumentos".
Rachel Moreno, em sua apresentação, ressaltou que no Brasil a cada 15 segundos uma mulher é espancada. Ela também criticou a banalização da violência nos meios de comunicação. “O que vemos hoje é o espetáculo da violência, isso foi acompanhado nos casos da menina Eloá; da Eliza Samudio, namorada do goleiro Bruno; e da aluna da Uniban, Geisy Arruda. Nessas coberturas jornalísticas, em nome da audiência foi realizada uma exposição negativa da vida pessoal das vítimas, fazendo com que a sociedade chegasse ao ponto de condenar ou aceitar a violência para com essas pessoas”, concluiu.
Durante o seminário, foi realizado o lançamento da cartilha produzida pela CUT/SP - Violência Contra a Mulher Tolerância Nenhuma. O material será disponibilizado no site www.cutsp.org.br