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CUT realiza encontro com a bancada do PT e apresenta propostas

24/02/2011

Escrito por: CUT Nacional

CUT realiza encontro com a bancada do PT e apresenta propostas Parlamentares reafirmam compromisso com a Central e prometem trabalho afinado nas disputas deste ano no Congresso

Neste início de novo ano legislativo, a CUT está consolidando seus canais de diálogo com parlamentares. Ontem, em café da manhã, realizou um debate com deputados, deputadas e senadores e senadoras do Partido dos Trabalhadores, em Brasília.

O encontro durou aproximadamente três horas e, nele, a direção da CUT expôs seus principais objetivos para 2011 e como acredita que a bancada do PT pode ajudar a consegui-los.
Da parte da bancada, todos os parlamentares que se pronunciaram ao microfone lembraram que a CUT é a maior central sindical do Brasil não apenas por ter o maior número de sindicatos e de trabalhadores sindicalizados, mas por ter um histórico de vocação democrática e caráter classista - na verdade, o número de sindicatos filiados é reflexo da manutenção dessa postura.

E todos também afirmaram que seus mandatos, embora com uma ou outra diferença de prioridades devido ao nicho de atuação de cada um, estão à disposição da CUT. Todas as bandeiras que os parlamentares destacaram em suas falas têm relação com as propostas da Central.

Ao abrir a etapa de debates do café da manhã, o presidente Artur Henrique elencou as principais disputas que a Central quer travar no Congresso neste ano: reforma tributária, reforma política, agenda do trabalho decente e, em suas palavras, “aquela que realmente vai fazer a diferenciação entre a CUT e as demais: fim do imposto sindical e criação da contribuição da negociação coletiva aprovada em assembleia. Em suma, a ratificação da Convenção 87 da OIT”.

Trabalho afinado

Os parlamentares presentes concordaram com reivindicação da CUT de que a bancada tem de trabalhar mais afinada com a Central para que as disputas futuras apresentem de maneira clara quais as posições cutistas. Por várias vezes, foi citado o fato de que há autonomia entre as entidades, porém em pontos de consenso é preciso que o PT vocalize as demandas trabalhistas que vêm das bases sindicais.
Salário mínimo

A recente votação do salário mínimo 2011 na Câmara e a votação que ocorreria ontem mesmo no Senado foi um dos assuntos abordados. O senador Paulo Paim afirmou que “a política de valorização do salário mínimo, arquitetada e consolidada por iniciativa e proposição da CUT, é a melhor política que já existiu para o piso salarial nacional. Saltamos de um mínimo equivalente a 70 dólares para os atuais 220 dólares”. Na tarde de ontem, Paim votou pela aprovação da política e pelos R$ 545.

O deputado federal Vicentinho, ex-presidente da CUT, lembrou da votação na semana passada na Câmara, quando recebeu apupos de delegações da Força Sindical que estavam nas galerias.

“Lembro que há oito anos o quanto apanhamos na votação do primeiro salário mínimo do governo Lula. Não caímos na demagogia porque pensávamos no longo prazo. Os que nos vaiaram foram os mesmos que nos vaiaram quando criamos a CUT, quando criamos as câmaras setoriais do setor automotivo, quando apresentamos projeto para o fim do imposto sindical”, desabafou.

Visão do trabalhador
Ao falar sobre a necessidade de reforma política, a deputada Erica Kokay, ex-presidente da CUT-DF, disse que a Central “é quem pode levar a lógica do trabalhador para esse tema para acabar com a lógica conservadora que rege o sistema eleitoral e o funcionamento do Congresso”.

Ao fim do encontro, com bom humor, o deputado Pedro Eugênio destacou a importância do trabalho conjunto com a CUT. “Lembro uma vez que apresentei um bem elaborado projeto para redução da jornada, que estabelecia que a cada aumento de produtividade do país, a jornada de trabalho diminuiria, distribuindo assim os ganhos. Mas não falei com ninguém antes, não ouvi a CUT. Só depois eu percebi que o projeto não tinha viabilidade política nenhuma”, disse.

A CUT pretende realizar encontros com outras bancadas, com o mesmo objetivo de fortalecer sua ação no Congresso. Ontem compareceram 30 parlamentares - três deles senadores, cuja passagem foi rápida em função dos compromissos associados à votação do mínimo que ocorreria naquele dia.

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