Repleto, o auditório da Associação Médica Brasileira, na rua São Carlos do Pinhal, em São Paulo, recebeu hoje, pela manhã, dezenas de jornalistas - internet, rádio, revistas, jornais e tevês -, interessados em ouvir dos representantes das entidades médicas nacionais os motivos que levaram os médicos a decretar o dia 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, marco histórico da luta médica em toda a história do Brasil. E afirmar que a paralisação do dia 7 se reveste de um caráter “histórico” não é exagero, segundo os médicos que compuseram a mesa da coletiva.
O presidente da Fenam e do Simesp, Cid Carvalhaes, elencou três pontos que, segundo ele, são essenciais para se entender a paralisação: “Os médicos amam seus pacientes; e, por isso, têm que se posicionar contra aqueles que impedem ou cerceiam o exercício desse amor, que hoje são os planos de saúde. Em segundo lugar, a defasagem da remuneração é aviltante, o que nos leva a afirmar, sem medo de errar, que estamos financiando a saúde suplementar, pois ficam ao médico, por consulta, descontados impostos etc, de R$ 8 a R$ 10.
Daí, o fechamento de vários consultórios a que temos assistido; e, finalmente, devemos pensar no que será feito após o 7 de abril. A ANS tem sido omissa em sua ação, e não podemos descartar, em nome da saúde do povo brasileiro, e da saúde dos médicos, acionar o Judiciário, contra essa lamentável realidade”.
Na entrevista, que durou 90 minutos, foram divulgados alguns documentos. Entre eles, duas cartas - “Carta aos médicos” e “Carta aberta à população” -, nas quais estão listadas e analisadas as razões da paralisação, solicitando à população compreensão e apoio à luta travada em nome dela própria.
Em São Paulo, a paralisação será marcada por uma passeata, que sairá da rua Francisca Miquelina, 67, em frente ao Sindicato dos Médicos, às 9h30 de quinta-feira, dirigindo-se à praça da Sé, onde haverá um ato público.
Leia íntegra a Carta à População
CARTA À POPULAÇÃO.pdf