Manifestação será no bairro da Barra Funda, em São Paulo. CUT terá evento próprio, no qual discutirá as relações entre Brasil e África
Por Vitor Nuzzi, Rede Brasil Atual
São Paulo - Cinco centrais decidiram realizar a manifestação do 1º de Maio de forma conjunta, em São Paulo. As atividades se concentrarão na avenida Marques de São Vicente, no bairro da Barra Funda, zona oeste da capital. Participarão do ato a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Força Sindical, Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT).
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) fará manifestação própria, no Parque da Independência, no Ipiranga, zona sul paulistana, tendo como tema as relações entre o Brasil e a África.
O lançamento do 1º de Maio unificado foi feito na terça-feira (22). Em 2010, as manifestações se dividiram em três blocos: CUT, CGTB/Força e CTB/NCST/UGT. Desta vez, a Força Sindical não poderá promover sua atividade na praça Campo de Bagatelle, na zona norte, em função da corrida de Fórmula Indy, que será realizada na região, na mesma data.
"Aquele encontro do Pacaembu (Conclat - Conferência Nacional da Classe Trabalhadora) amadureceu a possibilidade de fazer um ato conjunto", afirmou o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna, referindo-se à conferência feita em 1º de junho do ano passado, que juntou as seis centrais reconhecidas legalmente. Na ocasião, já visando ao futuro governo, as entidades apresentaram uma plataforma de propostas e reivindicações.
Nesse sentido, Juruna avalia que o fato de não haver uma manifestação unitária, com todas as centrais, não representa um empecilho em futuras atividades conjuntas, à medida que há muitas propostas de comum acordo. O tema das cinco centrais será "desenvolvimento com justiça social", que inclui temas como redução da jornada para 40 horas semanais, melhora dos benefícios para os aposentados e fim do fator previdenciário, entre outros.
"O atacado que nos une é muito maior que o varejo que nos separa", declara o presidente da CGTB, Antônio Neto, enfatizando a demonstração de unidade das cinco centrais. Também para ele, o fato de a CUT não participar da mesma atividade não trará qualquer impedimento a novas ações conjuntas.
Segundo a CUT, as atividades do 1º de Maio começarão em 25 de abril. O presidente da central em São Paulo, Adi dos Santos Lima, lembrou à Rádio Brasil Atual que o modelo será semelhante ao do ano passado, que teve a América Latina como tema. Doze centrais africanas deverão participar este ano. "Será uma experiência fantástica para a CUT e para os movimentos sociais que lutam pela igualdade e pelo reconhecimento de sua identidade", afirmou. Será, acrescenta o dirigente, uma data de "muita cultura, alegria e debate".