Por: Redação da Rede Brasil Atual
São Paulo - O ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, só apoia votação das mudanças no Código Florestal se houver consenso. O compromisso foi firmado em reunião com a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (PV) e ambientalistas, nesta terça-feira (3), em Brasília. Na prática, segundo a comitiva, o governo não está satisfeito com o teor do relatório final sobre o código apresentado na segunda-feira (2) pelo relator da matéria, Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
O objetivo do encontro entre Marina e Palocci era pressionar o governo a adiar a votação, programada para esta quarta-feira (4). A ex-senadora defende mais tempo para analisar o texto. "O governo apresentou suas propostas e acho que tem uma frustração com o que foi apresentado e o resultado que veio", disse Marina. "O ministro está trabalhando no sentido de não ter um texto que não seja consenso", completou. Ela relatou ter ouvido do ministro que o governo não irá trabalhar para que a versão atual seja aprovada.
Segundo o ex-secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente João Paulo Capobianco, Palocci disse que a falta de acordo em relação ao texto de Aldo Rebelo é 100%. "O ministro Palocci disse claramente que não tem essa história de 95% ou 98% de acordo. Hoje é 100% de não acordo."
Marina Silva afirmou que o texto a ser colocado em votação tem “pegadinhas” e citou como exemplo o ponto incluído por Rebelo que autoriza os municípios a não seguirem a regulamentação do Código Florestal em áreas destinadas à produção de alimentos, desde que essa produção seja declarada de interesse nacional.
Líderes discutem
Líderes partidários se reúnem na tarde desta terça com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), para discutir a pauta da semana. Maia disse que vai incluir o projeto de lei do novo Código Florestal (PL 1876/99) na pauta da sessão extraordinária desta quarta, mas antes quer ouvir os líderes sobre a possibilidade de votação.
O plenário tem votações previstas até esta quinta-feira (5), e a pauta das sessões ordinárias está trancada por 13 medidas provisórias. A reunião de líderes está marcada para as 15h, no gabinete da Presidência.