Foi decidido manter o estado de greve até a nova assembleia geral do dia 22. Se até lá o governo não negociar com o Sind-Saúde, é grande a possibilidade de greve.
Cerca de 1500 trabalhadores da área da saúde de todo o Estado paralisaram suas atividades nesta quarta-feira (15) e manifestaram em frente à Cidade Administrativa exigindo reajuste salarial de 20,7%, definição da data-base, redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais sem redução salarial e revisão da estrutura de carreira, dentre outras reivindicações. Foi decidido na assembleia a manutenção do estado de greve durante os próximos dias e a realização de um novo movimento, também na Cidade Administrativa, no dia 22 de junho. O governo enfim receberá os representantes do Sind-Saúde e de outros sindicatos do funcionalismo no dia 20 de junho, na reunião do Comitê de Negociação Sindical. Caso o encontro seja pela terceira vez adiado ou se as propostas do governo forem insuficientes, é grande a possibilidade de greve na saúde em Minas.
Os servidores se concentraram em um dos pátios da nova sede do governo e, impedidos de utilizar carro de som e de manifestar em frente ao Palácio do Governador, decidiram bloquear a MG-010 nos dois sentidos.
Infelizmente, só assim para que o governo escute as exigências dos servidores. A rodovia ficou fechada durante mais de uma hora, até que a Polícia Militar enfim permitiu a utilização do carro de som para a realização da assembleia. A propósito, o governo de Minas demonstrou mais uma vez como age com truculência com os trabalhadores: a tropa de choque foi acionada para intimidar os manifestantes e exigir que eles desocupassem a rodovia.
Apoio
Servidores da educação, que estão em greve, também estiveram presentes na manifestação, assim como a coordenadora do SindUTE-MG, Beatriz Cerqueira. Os presidentes do Sindifisco-MG, Lindolfo Fernandes de Castro e do Sindpol-MG, Denílson Martins também compareceram e prestaram todo apoio ao movimento dos trabalhadores da saúde.
Muitos servidores lotados na Cidade Administrativa, que lutam pela redução da jornada de trabalho para 6 horas em definitivo e sem redução salarial, engrossaram a manifestação.
Os deputados estaduais Adelmo Carneiro Leão (PT) e Rogério Correia (PT) participaram da assembleia e mostraram disposição em ajudar as reivindicações dos trabalhadores da saúde, educação e Polícia Civil. Segundo eles, os 23 deputados da oposição na Assembleia Legislativa, que compõem o Bloco Minas Sem Censura, não permitirão que seja votado nenhum projeto do governo até que este negocie com os trabalhadores do funcionalismo.
Continuidade
Os trabalhadores da saúde demonstraram enorme disposição para exigir que o governo atenda às reivindicações. Certamente o movimento será ainda maior no dia 22. Mais uma vez, a resposta do governo será proporcional à força de mobilização dos servidores.
O Sind-Saúde parabeniza os trabalhadores pelo grande movimento desta quarta e conclama a categoria para se mobilizar ainda mais para os futuros movimentos.