Trabalhadores da saúde de Minas Gerais entram em greve por tempo indeterminado a partir do dia 28 de junho (terça-feira). A decisão foi tomada na assembleia geral desta quarta-feira (22/06) na Cidade Administrativa. A categoria está cansada do descaso do governo que até hoje não respondeu a pauta de reivindicações protocolada no dia 13 de abril. Após a assembleia, cerca de 600 trabalhadores organizaram um apitaço na sede do governo. Com um exagerado aparato policial, os trabalhadores foram impedidos de usarem carro de som para realizar a assembleia. No grito, a saúde aprovou a greve até que as negociações sejam abertas.
Segundo o diretor do Sind-Saúde, Renato Barros, não é possível mais esperar uma boa vontade do governo. “Sentimos que o governo está nos enrolando. Nada vai haver de concreto se a gente não continuar mobilizado. Se não formos pra rua, entrarmos de greve, o governo não irá negociar”, disse Renato.
Dentre as principais reivindicações da categoria estão o reajuste salarial de 20,7%, a criação da data-base, a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais e a revisão da carreira e do reposicionamento.
Cidade Sitiada
Com a Cidade Administrativa cercada por grades e pela tropa da polícia, os manifestantes ocuparam o pátio do prédio Minas. Logo na entrada o comando da polícia mostrou a repressão à manifestação. Apoiados em um Decreto do governo que proíbe o uso de aparelhos de som, os policiais repetiam o discurso proibitivo sem abrir espaço para negociação. Cavalaria, tropa de choque e muitos ônibus e viaturas acompanharam a pacífica manifestação que durou 3 horas.
Movimento grevista
Para organizar a greve, foi estabelecido que será criado um comando de greve, com representação das diferentes unidades. O Sind-Saúde/MG orienta aos trabalhadores que tiverem interesse em contribuir com a organização da luta a procurar a entidade através do telefone (31) 3207-4800.
Silêncio do governo
O Sind-Saúde solicitou por diversas vezes uma reunião com a Seplag para discutir os pontos específicos da pauta de reivindicações da saúde. O governo adiou encontros por diversas vezes e quando enfim se reuniu com vários sindicalistas na segunda-feira (20), não apresentou nenhuma proposta concreta de reajuste, adiando mais uma vez a possível resposta definitiva para o dia 12 de julho. Os trabalhadores da saúde não aguentam mais essa enrolação do governo de Minas e esperam que, com a pressão criada pela greve, o governo enfim apresente uma proposta.