CNTSS > LISTAR NOTÍCIAS > DESTAQUES > AGENTES DE SAÚDE E DE ENDEMIAS DE FORTALEZA SÃO VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA DA GUARDA MUNICIPAL DURANTE MANIFESTAÇÃO
04/02/2014
Os ACSs- Agentes Comunitários de Saúde e os ACEs – Agentes de Combate às Endemias de Fortaleza, em greve por tempo indeterminado desde 21/01, e a Direção do Sinasce, Sindicato da categoria no Estado do Ceará, foram vítimas da violência policial durante manifestação realizada na segunda-feira, 03/01, em frente à Câmara Municipal de Fortaleza. O ato pacífico dos trabalhadores, que também envolveu outros servidores públicos municipais, foi rechaçado por guardas municipais de forma truculenta e com direito a bombas de efeito moral, gás de pimenta e balas de borracha. Uma selvageria que há muito não se via naquela Capital.
O presidente do Sinasce, Luiz Cláudio Celestino Souza, falou na data de hoje, 04/01, e informou que os trabalhadores estavam realizando uma manifestação de forma pacífica e organizada. A proposta era ter acesso à Câmara Municipal, que teve nesta segunda-feira a reabertura dos trabalhos legislativos, para serem recebidos pelo presidente da Casa, o peemedebista Wlater Cavalcante. Porém, o vereador se negou a receber os trabalhadores. A resposta dele e do prefeito, Roberto Cláudio (PSB), foi a ordem para a Guarda Civil Municipal dispersar os manifestantes.
Neste momento, os trabalhadores foram surpreendidos pela primeira ofensiva violenta dos policiais. Foram lançadas bombas de gás de efeito moral, disparado spray de pimenta e usada a força para dispersar os servidores. Mesmo depois da saída dos manifestantes do espaço da Câmara Municipal, a GCM iniciou outra ofensiva desleal. Desta vez, foram vítimas do uso de balas de borracha. Muitos foram feridos por este tipo de projétil.
Dentre as vítimas, estava o presidente do Sinasce, que foi alvejado no abdome. “O nosso movimento era totalmente pacífico. Queríamos que uma Comissão fosse atendida pelo presidente da Câmara, uma vez que o atual prefeito já disse em alto e bom som que não conversa com trabalhador em greve. Ele também estava na Câmara quando mandou a GCM agir contra nós. Não esperávamos uma ação tão violenta. Mesmo quando nos afastamos da Câmara, ainda fomos perseguidos e atiraram contra a gente com bala de borracha. Logo depois de toda esta selvageria, o presidente do Legislativo resolveu receber uma Comissão para dialogar”, informa Luiz Cláudio.
O dirigente do Sinasce informou que foram muitos os feridos nesta ação realizada a mando do prefeito. Todos foram orientados pela equipe jurídica do Sinasce a lavrar um Boletim de Ocorrência descrevendo todas as agressões sofridas e encaminhar os feridos ao IML – Instituto Médico Legal para proceder ao exame de corpo de delito. O Sinasce entrará com uma ação contra a Prefeitura de Fortaleza pela violência a que os trabalhadores foram vítimas. Segundo ele, o prefeito agiu como se nada estivesse acontecendo, aliás, é o modo que vem agindo com a categoria, que desde o dia 21 teve que entrar em greve por conta desta intransigência do Executivo Municipal
“Não vamos recuar em nenhum momento da nossa luta. Estamos tentando negociar e dialogar com a Prefeitura, mas o prefeito vive sempre dizendo que não conversa com grevistas. Ele diz ainda que não tem como avançar na proposta apresentada de 5,7% de reajuste. Com este percentual, a categoria passaria a receber R$ 3,00 (três reais) acima do atual salário mínimo. Os trabalhadores se sentiram ofendidos com a ação violenta da Guarda Municipal e totalmente desvalorizados pela administração municipal,” destaca o presidente do Sinasce.
Além dos diretores do Sindicato, participaram da mobilização representantes da Executiva da CUT-CE e o vice-presidente da Central, Wil Pereira. A direção do Sinasce informou que na próxima sexta-feira, 07/01, haverá um encontro da mesa geral de negociação na sede da Prefeitura. Dependendo da posição do Executivo Municipal, a paralisação tende a contaminar outras áreas da Prefeitura.
Entenda a greve
José Carlos Araújo
Assessoria de Imprensa CNTSS/CUT
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