O aumento crescente da terceirização por empresas privadas ou por meio de fundações, cooperativas e organizações sociais estão colocando em risco o papel do Estado na formulação de políticas na área de seguridade social, em especial no setor de saúde. Este foi o alerta da presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Seguridade Social da CUT, Maria Aparecida Godoi Faria, durante a abertura do 10º Consintsprev-MS (Congresso Estadual do Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social de Mato Grosso do Sul), ocorrida na noite de quinta-feira (28) no Centro de Formação Cristã João Paulo
II, no Jardim Seminário, em Campo Grande.
Para a dirigente sindical apesar dos avanços na área econômica e social obtidos pelos servidores públicos e os trabalhadores do Brasil, durante os oito anos do Governo Lula, os dirigentes sindicais devem estar atentos para o desmantelamento do Estado na formulação de políticas públicas na saúde, onde a transferência de recursos públicos para empresas particulares ou entidades filantrópicas de fachada vem ocorrendo de forma cada maior, em que predomina a lógica do lucro. Acrescentou que um fato recente é aprovação da Medida Provisória 520, em que o Governo criou um empresa com o objetivo
de gerir o sistema de hospitais universitários vinculados às instituições de ensino.
Maria Godoi reiterou que os servidores públicos devem estar em alerta, mobilizados e se envolver na discussão do modelo de Estado que querem para o País, resgatando a experiência desastrosa na gestão do então presidente Fernando Henrique Cardoso, conduzido sobre as regras neoliberalizantes, que encurtaram o papel do Estado e entregou setores estratégicos para o controle privado, em que o visam do lucro é predominante.
Para a sindicalista o serviço público e os trabalhadores devem zelar para garantir os avanços obtidos nestes últimos anos, em que o Pais começa uma política de fortalecimento do Estado e de distribuição de renda, reprimido por mais de 500 anos. Apontou que o País vive contradições e ainda está sob controle da lógica capitalista, citando a pressão constante por aumento da produtividade, por salários aviltante na iniciativa privada multinacional, as tentativas de estagnar o aumento do salário mínimo que garante a distribuição de renda, a iminência de uma reforma da Previdência Social, em razão do desequilíbrio entre pagamento de benefícios e recebimento.
"Nesses oito anos foram mais de 12 milhões de novos empregos por carteira assinadas, que resultam em contribuição previdenciária, mas temos necessidade de gerar mais 25 milhões de empregos", explicou.
Na opinião de Maria Godoi somente a união dos trabalhadores com os servidores públicos podem conter os avanços das bandeiras capitalistas no Brasil, mesmo sob o Governo do PT, em razão do risco da política econômica internacional. Alertou que um eventual fracasso das medidas americanas que terão implicação no País, citando o caso das medidas adotadas recentemente pela Governo da Grécia que demitiu mais de 160 mil servidores públicos, que agora não tem onde trabalhar, além do encolhimento econômico da Espanha e Portugal, onde os trabalhadores acabam pagando a conta pela especulação internacional.
Gerson Jara -DRT-MS 027-93
Fotos - Assessoria de Imprensa Sindical - Sintss-MS