Uma delegação da CUT realiza dois dias de atividades, a partir de amanhã, com a maior central sindical norte-americana, a AFL-CIO, em Washington. O objetivo é firmar parcerias para pelo menos três ações: criar um programa em que os sindicatos estadunidenses atuem para regularizar a documentação dos imigrantes brasileiros que lá residem e sindicalizá-los; consolidar redes que unifiquem as ações sindicais brasileiras e norte-americanas em empresas que atuem nos dois países; debater como as duas centrais podem pressionar em conjunto os dois governos a adotar mecanismos que mudem o modelo econômico como, por exemplo, pesada regulação sobre o sistema financeiro.
Artur Henrique, presidente da CUT e um dos integrantes da delegação em Washington, acredita que a experiência de mudanças que acontece no Brasil pode ajudar os norte-americanos. "O processo de diálogo e pressão sobre o governo Lula certamente nos trouxe acúmulo que podemos trocar com os companheiros de lá, para a relação deles com o governo Obama", acredita
O próprio programa de cooperação com os imigrantes é um exemplo. O governo brasileiro, com a participação do movimento sindical cutista, promove desde julho do ano passado um programa de anistia e regularização de imigrantes sul-americanos. "Um exemplo antixenofobia importante neste momento, em que aumentam as hostilidades a estrangeiros no Hemisfério Norte", completa Artur.
João Felício, secretário de Relações Internacionais da CUT, também presente à atividade em Washington, lembra que os Estados Unidos, na relação com os estrangeiros, têm uma particularidade se comparados à Europa. "Lá, cada estado da federação pode criar sua própria legislação, e há aqueles mais conservadores. Uma central sindical que cobre todo o país pode ter um papel importante num programa como esse".
A CUT irá propor também trabalhar junto com a AFL-CIO para construir redes sindicais internacionais como a já conhecida rede Basf, onde sindicatos alemães, brasileiros e de outros países atuam de forma conjunta para representar os funcionários da Basf no mundo inteiro lutando pela igualdade de direitos a todos.
Além do presidente e do secretário de Relações Internacionais da CUT, participarão das atividades os dirigentes Marcel Juviniano Barros (Contraf-CUT), Fabio Lins (CNQ-CUT), Nascimento Silva (Fitert) e Alci Matos Araujo (Contracs).