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Ativistas acusam Fantástico de criminalizar mulheres pobres

05/08/2010

Para rede feminista, o programa da TV Globo não informa o público sobre o aborto. Entidade divulga moção de repúdio

Escrito por: Fonte – rede Brasil Atual

Por: Cida de Oliveira, Rede Brasil Atual

São Paulo - A Marcha Mundial das Mulheres divulga uma moção de repúdio contra o Fantástico, da Rede Globo. Na noite de domingo (1º), a reportagem do programa mostrou clínicas clandestinas de Salvador, Belém e Rio de Janeiro para denunciar o aborto clandestino.

A nota qualifica o material veiculado como "revoltante". Na visão das ativistas, mulheres pobres e as clínicas que as atendem foram expostas, marcando assim um caráter de classe da criminalização do aborto. “Por que não foram mostradas as clínicas em que as artistas e celebridades da emissora abortam e os médicos que as atendem? As mulheres ricas e as artistas da casa ficam preservadas porque, para elas, o aborto não é problema, e nem é feito nestas clínicas”, ressalta a moção.

Ainda conforme o texto de repúdio, a atuação da emissora aumenta a repressão ao aborto, empurrando as mulheres pobres para práticas cada vez mais inseguras, com maiores riscos para suas vidas e para sua saúde física e psíquica e sem contribuir para a redução deste grave problema de saúde pública.

“Uma abordagem séria deveria ampliar o debate sobre a autonomia da mulher sobre o próprio corpo, sobre os métodos contraceptivos e, principalmente, sobre a questão de saúde pública”, diz a socióloga Tica Moreno, militante da Sempreviva Organização Feminista, que integra a Marcha Mundial de Mulheres.

As ativistas sustentam que a criminalização do aborto atinge as mulheres pobres, negras e jovens, do campo e da periferia das cidades, por serem obrigadas a recorrer a clínicas clandestinas e a outros meios precários e inseguros. A nota lembra que a emissora tem assumido papel de polícia ao produzir reportagens para criminalizar e denunciar o aborto clandestino.

No final de 2007, uma reportagem "estourou" uma clínica no Mato Grosso do Sul, expondo publicamente o nome de dez mil mulheres e na condenação moral de trabalhadoras e de mulheres que ali abortaram. A partir daquele episódio, o movimento vê uma ação sem precedentes de criminalização do aborto, inclusive com a proposta de uma CPI contra a qual os movimentos têm lutado.

A Marcha Mundial chama de criminosa a ação da emissora e defendem mudanças na legislação. "Somente a legalização do aborto no Brasil é capaz de reverter a situação dramática da clandestinidade do aborto, que mata, humilha e pune as mulheres que ousam decidir por suas vidas”, finaliza o texto.




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