No dia 25/08, à tarde, foi instalado o Comitê de Trabalhadores Afastados por Doença no SindiSaúde Passo Fundo, que fica no Noroeste do Rio Grande do Sul, a 328 quilômetros de Porto Alegre. Na instalação, acompanhada por dirigentes da entidade e pelo presidente da FEESSERS - Federação dos Empregados em Serviços de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul, Milton Kempfer, muitos dos trabalhadores nesta situação compareceram ao Sindicato.
A presidente do Sindicato, Terezinha Perissinotto, abriu o encontro, lembrando que as maiores incidências de afastamentos do trabalho na área da saúde são decorrentes de problemas ósteo-musculares, LER/DORT, depressão e Síndrome do Pânico. Ela também explicou a diferença entre doença ocupacional, acidente do trabalho e auxílio-doença, esclarecendo ainda como se dá o acesso aos benefícios da previdência.
Passada abertura do evento, as estagiárias de psicologia da UPF, Susana König Luz e Márcia Subtil, realizaram uma dinâmica com objetivo de acolher, descontrair e integrar o grupo. Todos se integraram no exercício e os trabalhadores afastados ficaram à vontade para abrir seus dramas.
À medida que os integrantes do grupo foram falando, os sentimentos que afloraram foram intensos: mágoa, falta de compreensão, de apoio e solidariedade: “no começo do afastamento a empresa liga para saber como a pessoa está. Como tempo, todos te esquecem, tu te sentes abandonada.”
Os depoimentos emocionaram a todos os presentes: “o trabalho não estressa. O que estressa é a pressão das chefias pelo comprimento de metas e com a falta de funcionários.”
Ficou decidido no encontro que o SindiSaúde vai procurar a parceria com a Universidade de Passo Fundo, faculdades e entidades locais na busca de apoio para o desenvolvimento de projetos que reintegrem os trabalhadores afastados no convívio social por meio de cursos, atividades de lazer e apoio psicológico. Este último, já esta à disposição do grupo desde março de 2010 no Sindisaúde.
O próximo encontro, marcado para quarta-feira, 22 de setembro, à tarde. Nele, o Sindicato espera reunir novamente os que participaram do primeiro encontro assim como os que desejarem se integrar ao núcleo de trabalhadores afastados por doenças.
Terezinha Perissinotto afirmou que o primeiro passo será do grupo, que terá que decidir, em conjunto, o quê deseja buscar para sua auto-ajuda. Para isso, disse que o Sindicato colocará um espaço à disposição, além do apoio das estagiárias de psicologia, supervisionadas pelo professor Hélio Possamai (UPF), pós-graduado em saúde do trabalhador. Ela garantiu ainda que os trabalhos do Comitê serão acompanhados por um dirigente da entidade.
Ela recomenda que, em benefício próprio e dos seus trabalhadores, os hospitais devam aperfeiçoar seus programas de prevenção, prestigiar a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) e fomentar a cultura permanente da educação e da prevenção.