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Queda de cobertura vacinal pode trazer doenças erradicadas de volta

15/12/2021

Regressão no índice de vacinação no ano passado foi a níveis da década de 1980, 40 anos atrás. A pandemia é apenas um dos fatores que explicam essa queda

Escrito por: SEESP

 

A negação da ciência pode ter impactos profundamente negativos na população. Hoje, o presidente que governo o Brasil faz campanha contra a vacinação da Covid-19 e amplia o movimento anti-vacina. 

 

O Programa Nacional de Imunização (PNI) é referência mundial. O Brasil foi pioneiro na incorporação de diversas vacinas no calendário do Sistema Único do Saúde (SUS) e é um dos poucos países no mundo que ofertam de maneira universal um grande número de vacinas contra variadas doenças. Mas alta taxa de cobertura, característica do sucesso do PNI, vem caindo nos últimos anos, colocando em alerta especialistas e profissionais da área.

 

O Brasil não atingiu nenhuma das metas de cobertura das vacinas infantis em 2020. Apesar de gratuitas, seguras e eficazes, a imunização ficou em apenas 75%, quando o ideal são taxas sempre acima de 90%. Essa queda na taxa de vacinação pode fazer com doenças já erradicadas voltem a fazer parte do dia a dia dos brasileiros.

 

O melhor exemplo disso ocorreu com o retorno do sarampo, que reapareceu após anos de erradicação. A proteção contra a doença está inclusa na vacina tríplice viral, que protege também contra caxumba e rubéola. Ela é gratuita e está disponível em duas doses pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

 

Em 2019, o país registrou 20.901 casos da doença. Em 2020, foram confirmados 8.448 casos de sarampo. “Hoje estamos com circulação ativa do vírus do sarampo, que segue agora ampliando. Os números caíram no último ano não pela vacinação, mas pelas medidas não farmacológicas contra a covid-19.

 

Segundo Renato Kfoury, diretor da SBIn, outras doenças eliminadas do país podem reaparecer, como rubéola materna, rubéola congênita, tétano, poliomielite, coqueluche e meningite bacteriana.

 

A regressão no índice de vacinação no ano passado foi a níveis da década de 1980, 40 anos atrás. A pandemia é apenas um dos fatores que explicam essa queda. Segundo Rosana Rochtmann, infectologista e diretora do Comitê de Imunização da Sociedade Brasileia de Infectologia (SBI), a desinformação é a principal causa da queda da cobertura vacinal. Segundo ela, as pessoas, incluindo alguns profissionais da saúde, desconhecem os calendários de vacinais para adolescentes, gestantes, adultos, idoso e imunodeprimidos. Some-se a isso o desserviço prestado pelas fake News e o resultado é desastroso. 

 

Recentemente, em uma live presidencial, Bolsonaro sugeriu que a pessoa completamente imunizada contra a Covid-19 poderia, como consequência, desenvolver AIDS. “É uma situação tão absurda que se alguém contasse eu não acreditaria”, afirma a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo, Elaine Leoni. Segundo ela, é necessária uma ampla campanha informativa sobre os benefícios da vacina. “Enquanto tivermos um presidente que faz campanha contra a vacinação será difícil reverter esse quadro. Precisamos de um presidente que divulgue a ciência e não mentiras”, acredita.

 

Para a enfermeira Solange Caetano, secretária geral do SEESP essa situação só será revertida com uma ampla campanha sobre a importância da vacinação junto à população. “É preciso esclarecer às pessoas que o retorno dessas doenças significará a piora da qualidade de vida e o risco de morte, principalmente para as crianças e os jovens que estão deixando de ser vacinados”.

 

Outros aspectos que, ela lembra, ser importante, diz respeito aos profissionais de saúde que terão maior desgaste físico e mental, com a sobrecarga do sistema de saúde; e haverá também aumento dos gastos com tratamentos. “Garantir a vacinação de todos para todas as doenças que tem vacinas disponíveis é a forma mais barata e mais eficaz para prevenir as doenças”, finaliza.

 

 

 

 

Fonte: https://bit.ly/30trl6X

 

 

 

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