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Modelo produtivista provoca caos no INSS e prejudica servidores e usuários

25/03/2021

Diante do descaso da direção do INSS com seus servidores, o Sindsprev-PE planejou e executou uma série de ações que visavam elaborar um diagnóstico da real situação dos servidores

Escrito por: Sindsprev PE

 

Nos últimos anos, o Sindsprev-PE tem recebido queixas e denúncias de diversos servidores do INSS, reclamando da sobrecarga de trabalho e das dificuldades impostas pelo modelo de gestão produtivista adotado pelo INSS. A pressão para o cumprimento de metas inatingíveis e chegar aos pontos exigidos da GDASS configura-se, na maioria dos casos, em assédio moral que prejudica a saúde física e psicológica dos servidores, causando estresse e adoecimento que afetam o bom andamento das atividades no trabalho.


No domingo (07/02), o servidor do INSS da cidade de Iguatu, no Ceará, Wendel Barbosa Alves, chegou ao limite do desespero, ao tirar sua própria vida, pois mesmo com a saúde comprometida, continuou trabalhando sob pressão.

 

Em nota, o Sinprece – Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho e Previdência no Estado do Ceará descreve o servidor como “um homem justo”, vítima da saúde comprometida e da pressão política e gerencial do INSS.

 

Trabalhando na CEAB Defeso, “Wendel sempre se manifestava nos grupos de servidores pelas redes sociais, contribuindo com debates conjunturais e técnicos. Em uma publicação de outubro de 2020, ele escreveu: “Eu não sei vocês, mas eu termino meu dia de trabalho cansado, sempre faço raspando essa meta de 90 pontos, então já estou no meu limite e estão tentando enfiar 10 seguros defesos a mais por dia pra mim, então no fim vou acabar sendo mais um que não consegue fazer os 90 pontos. Se um número considerável não conseguir fazer os 90 pontos vamos acabar todos com desconto na GDASS.”

 

Este foi um caso extremo, triste e lamentável. O Sindsprev-PE expressa sinceros sentimentos de pesar e solidariedade aos seus familiares, amigos e colegas de trabalho.

 

Ações do SINDSPREV-PE: pesquisa sobre a realidade dos servidores do INSS

 

Diante do descaso da direção do INSS com seus servidores, o Sindsprev-PE planejou e executou uma série de ações que visavam elaborar um diagnóstico da real situação dos servidores do órgão. A partir de 2015, realizou seminários, debates, pesquisa, audiência pública na Câmara Federal e lançamento de uma cartilha sobre a gestão nociva do INSS, além de protestos e greves contra o caos instalado no órgão.

 

Elaborada por especialistas da Universidade de Brasília (UNB), em parceria com o Sindsprev-PE, a pesquisa revelou que o Modelo produtivista de gestão do INSS, baseado em metas inatingíveis e abusivas, vinha e continua provocando graves danos à saúde dos servidores. O que é agravado, em grande parte, pelas condições precárias de trabalho.

 

Intitulada “Gestão dos Riscos Psicossociais Relacionados ao Trabalho”, a pesquisa foi coordenada pela professora da UNb, Ana Magnólia. No dia 19/05/2015, em Brasília, foi apresentada por dirigentes do Sindsprev PE e da CNTSS/CUT a então presidenta do INSS, Elisete Berchiol, e outros representantes do órgão.

 

A partir dessa pesquisa, o Sindsprev-PE produziu a cartilha: Das Metas ao Caos – Gestão Gerencialista Produtivista do INSS, lançada em 29/10/2015, em Seminário realizado no auditório do sindicato, em 29/10/2015 e depois distribuída com nos locais de trabalho, no CFL e em outras atividades.

 

Com 20 páginas, a publicação critica a lógica normativa e individualista adotada com foco nos resultados e metas, afetando negativamente os servidores e o atendimento aos usuários.

 

Como contraponto, a publicação aponta propostas de implantação de um modelo alternativo de gestão coletiva, que prioriza melhor qualidade de vida, qualificação profissional e participação da categoria nas decisões relacionadas ao seu trabalho.

 

O Modelo de Gestão Gerencialista Produtivista do INSS mostrou a lógica normativa e individualista adotada com foco nos resultados, nas metas inatingíveis, que provoca o adoecimento dos servidores. Um dado revelador e que chamou mais atenção dos participantes foi o item sobre o esgotamento mental, que se caracteriza por sentimentos de injustiça, indignidade, desânimo, insatisfação, e/ou desgaste com seu trabalho.

 

Cerca de 68,4% dos servidores do INSS de Pernambuco apresentam riscos médios a altos relacionados a esse fator, o que aponta para sentimento de indignidade.

 

Propostas para o plano de ação do INSS

 

Como resultados dos seminários realizados pelo Sindsprev-PE, foram apresentadas propostas para o Plano de Ação do INSS dos anos seguintes: sugestões de mudanças nos indicadores de desempenho; flexibilização das metas; investimento na capacitação contínua; maior integração entre servidores novos e antigos, com repasse do conhecimento e experiência acumulada; reuniões abertas e mais frequentes com os gestores; definição de calendário de reuniões por áreas de trabalho, entre outras.

 

Passados mais de cinco anos, o caos no INSS continua se agravando. Diante disso, os dirigentes do Sindicato persistem na crítica ao modelo produtivista de gestão do INSS, baseado em metas inatingíveis, que vem provocando graves danos à saúde dos servidores e servidoras.

 

Continuamos mostrando que a realidade nos locais de trabalho do INSS e também no Home Office é outra diferente da oficial, com aumento considerável do represamento de processos. O aumento da produtividade ocorreu, de certa forma, devido ao assédio moral sofrido pelos servidores com cobranças abusivas de metas causando adoecimento e afastamentos do trabalho.

 

O governo insiste em não realizar concurso público para suprir a falta de cerca de 16 mil servidores para atender a demanda, o que penaliza a população com filas de mais de dois milhões de pessoas aguardando análise de pedidos de benefícios.
Além disso, provoca uma sobrecarga nos servidores que estão sofrendo pressão para atingir as metas estabelecidas e, consequentemente, estão adoecendo.

 

Luta persistente para salvar o INSS

 

Todos nós sabemos que a análise dos pedidos de benefícios só pode ser feitas por servidores capacitados. Por isso, exigimos a realização imediata de concurso público de forma emergencial, a contratação de servidores aposentados para resolver o problema da demanda.

 

Vamos todos nos unir e exigir uma solução definitiva para salvar o INSS: melhoria da estrutura e dos equipamentos e contratação de servidores concursados. E, especialmente, humanização do atendimento e das condições de trabalho, com respeito aos servidores e aos usuários.

 

 

 

Edmundo Ribeiro

 

 

 

Fonte:  https://bit.ly/3squxcu

 

 

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