A Câmara dos Deputados promoverá, no próximo dia 10/6, na Assembleia Legislativa de São Paulo, um debate sobre a reforma política eleitoral. O anúncio foi feito nesta terça-feira, 17/5, em pronunciamento da tribuna da Assembleia, pelo 1º secretário da Casa e presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão.
"Há uma espécie de consenso nacional de que é preciso aperfeiçoar o sistema eleitoral brasileiro, promover reformas e reabilitar a chamada classe política. Vamos fazer nesta Casa um debate de alto nível em torno da reforma político eleitoral para aperfeiçoar o funcionamento do sistema democrático no Brasil", disse Rui Falcão.
O 1º secretário reconhece que hoje é muito difícil realizar reformas estruturais no sistema eleitoral do país. Diz, no entanto, que questões pontuais podem ser resolvidas por meio do diálogo entre as forças partidárias. "O financiamento público das campanhas eleitorais, por exemplo, seria um meio de conter o peso do poder econômico, a corrupção, e baratear as campanhas" observou.
"Outra questão em debate é a fidelidade partidária, para termos partidos sólidos, compromisso com os programas, sem janelas e soluções artificiais que acabam desmerecendo a atividade parlamentar", acrescentou. Lembrou ainda que "nós, do PT, defendemos o sistema de lista elaborada democraticamente, um meio de também reduzir as distorções, a sub-representação de gêneros e etnias".
Rui Falcão lembrou de dois encontros que teve na última-segunda-feira em São Paulo para debater a reforma político eleitoral. Um, com a presença do ex-presidente Lula, dos presidentes nacionais do PSB e do PCdoB, o governador pernambucano Eduardo Campos e Renato Rabelo, respectivamente, mais o vice-presidente nacional do PDT, Brizola Neto. Outro, na Assembleia Legislativa, com o ex-governador paulista, José Serra (PSDB).
"Ficamos de prosseguir nesses debates. Quem sabe, mais à frente, chegamos a um consenso mais amplo. O PT, em particular, tem interesse em levar esse debate para outros partidos também, para o PMDB, que compõe a base aliada do governo da presidente Dilma, para o PSOL, que têm muitas posições semelhantes às nossas no plano da reforma político eleitoral. Enfim, a todos os partidos insatisfeitos com o atual esquema da representação política", comentou Rui Falcão.