A conferência nacional do trabalho decente inserida no contexto de mundo tem um paradigma do trabalho no século XXI e neste sentido o estado do Piauí não é diferente, tudo que acontece e diz respeito ao mundo do trabalho acontece em todos os estados.
Para a superintendente Paula Masullo, discutir o trabalho decente é uma exigência que faz parte da mudança ocorrendo no mundo.
“As relações de trabalho no Brasil são extremamente autoritárias, seja no poder privado ou público, aqui nos não temos trabalho decente. A PEC nunca avança ela é de 1994, e não avança porque a bancada ruralista não deixa, e a agenda do trabalho decente, atinge esse eixo. As ações de trabalho escravo, trabalho infantil, são diálogo para melhoria, e fazendo os cortes temos a questão da empregabilidade, da qualificação profissional e outros temas que vinculam no mundo do trabalho. Ainda estamos longe de um trabalho decente”, disse.
Numa pesquisa realizada sobre a População Economicamente Ativa, o Piauí se destacou com a menor PEA desocupada do país ficando em terceiro lugar. Isso que dizer que quase todo mundo tem “ocupação”, mas parte dessa ocupação está entre crianças de 5 a 9 anos, ou seja 12% trabalhando, e vendo bem a fundo essa realidade essa é uma ocupação criminosa, porque trabalho infantil é crime.
Outra realidade na nossa capital está na pesquisa feita pelo Sindicato dos Comerciários de Teresina, onde comprova que o maior número de assedio sexual e moral estão na atividade do comércio, além do excesso da jornada de trabalho. Será que isso é trabalho decente?
Segundo dados da SRT, o Piauí tem 224 municípios e nem um tem trabalho decente. A maior prova de que não há trabalho decente esta na zona rural do Piauí são 10 empresas rurais na lista junto ao trabalho escravo, 14 processos ajuizados na Justiça Federal e uma condenação que saiu em 2009.
A conferência será o indicador de como serão as relações, partindo daí saíram planos estaduais para que se transforme em políticas de estado e Federal, colocando em práticas de trabalho decentes.