Novo valor será cobrado a partir de sexta; governo adia para 2012 uso de índice que pode assegurar reajuste menor
Tarifa de pedágio no Rodoanel terá aumento de 3,7%, o menor em São Paulo, e vai subir de R$ 1,35 para R$ 1,40
JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO
O governo de SP anunciou ontem os novos valores das tarifas de pedágio nas rodovias, com reajustes que variam de 3,7% a 12%, e que entram em vigor em 1º de julho.
Com o aumento, um motorista que viajar de São Paulo até Araçatuba gastará R$ 65,20 de pedágio em 12 cabines. Hoje gasta R$ 59,80.
De avião, ele poderia adquirir uma passagem de ida e volta por R$ 250. Se fizesse o trajeto de ônibus, despenderia com a passagem R$ 97,40.
A tarifa mais cara continua sendo a do sistema Anchieta-Imigrantes, que passará de R$ 18,50 para R$ 20,10.
Os contratos antigos, assinados de 1998 a 2000, têm como base o IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado) e suas tarifas serão reajustadas em 9,77%. Já para os firmados depois, que usam o IPCA (Índice Preços ao Consumidor Amplo), índice oficial de inflação, a alta foi de 6,55%.
Como as tarifas são arredondadas na casa dos R$ 0,10, o reajuste efetivo varia bastante. As praças do Rodoanel terão o menor aumento -3,7%, passando de R$ 1,35 para R$ 1,40.
Praças da Ayrton Senna e Carvalho Pinto, acessos para o litoral norte e Campos do Jordão, terão reajustes de 4,3% e 4,5%. Já na rodovia Padre Manoel da Nóbrega, em São Vicente, a alta será de 12% -de R$ 5 para R$ 5,60.
ADIAMENTO
O governo também anunciou que só a partir de 2012 passará a usar apenas o IPCA. Logo que assumiu, após duras críticas sobre o tema na campanha eleitoral, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) havia dito que iria rever os contratos este ano para baratear os valores cobrados.
A ideia era deixar de usar o IGP-M, que, muito influenciado pelo dólar, tem ficado acima do IPCA no longo prazo -desde 1998, subiu 206%, contra 121% do IPCA.
Segundo Karla Bertocco Trindade, diretora-geral da Artesp (agência do governo que fiscaliza as concessões), as empresas precisavam ser informadas com antecedência e era necessário assinar termo aditivo aos contratos.
Para aposentar o IGP-M, o governo teve de negociar com as concessionárias, já que o índice é previsto nos contratos de concessão.
Ele se comprometeu a fazer -provavelmente a cada três anos- avaliação da evolução do IGP-M e do IPCA. Se tiver prejuízo, a empresa ganha mais tempo de contrato.
De acordo com Trindade, o governo desistiu de criar um índice próprio, baseado nas despesas do setor, medida que também havia sido aventada por Alckmin. "Não chegamos a nenhum critério que refletisse a variedade das despesas das rodovias. Além disso, levaria mais tempo para mudar o índice até 2012."