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Trabalhadora vítima de violência doméstica é readmitida.

28/06/2011

Escrito por: Cut Nacional

Ações do Sindsaúde-ABC pressionaram Hospital Estadual de Diadema pelo processo de readmissão

Escrito por: Viviane Barbosa com informações do Sindsaúde-ABC

O drama da auxiliar de Hotelaria do Hospital Estadual de Diadema - vítima de violência doméstica que pediu para não ser identificada - chegou ao fim. Ela tinha sido demitida por justa causa em maio pelo Hospital em razão de estar atravessando este grave problema. Ela procurou ajuda no Sindsaúde-ABC - Sindicato da categoria - que tomou as providências judiciais cabíveis, baseadas na Lei Maria da Penha, e realizou protestos em frente ao Hospital para denunciar este ato desumano contra a trabalhadora.

As mobilizações do Sindicato fizeram o Hospital de Diadema rever a decisão. A administração informou, no último dia 15, que a funcionária será reintegrada e transferida para outra unidade.

Segundo o Sindicato, a reintegração representa uma grande conquista e demonstra que a luta contra a violência doméstica deve estar presente em todos os locais. “Muitas vezes para enfrentá-la é necessária a compreensão de colegas, familiares e mesmo empregadores, o que não havia ocorrido neste caso”, comenta Débora Gomes, Secretária da Mulher do Sindsaúde-ABC.

A Secretária da Mulher da FEM-CUT/SP, Andrea Ferreira de Sousa, parabeniza o Sindsaúde-ABC pela conquista e reforça que é fundamental que as trabalhadoras vítimas desta prática covarde não se intimidem e procurem ajuda no Sindicato.

Retrato da injustiça
O Portal FEM-CUT/SP divulga a seguir o relato da trabalhadora vítima de violência doméstica:
“Trabalho há três anos e quatro meses no Hospital Estadual de Diadema, contratada como auxiliar de Hotelaria pelo regime da CLT. Há pouco mais de um ano fui morar com uma pessoa. No começo tudo foi bem, mas três meses depois passei a ser vítima de violência doméstica. Fiquei com medo e resolvi me separar. E então ele começou a me ameaçar.

Contei a situação no hospital; até os seguranças sabiam. Quando ele aparecia por lá me avisavam, as colegas também tentavam me proteger. Pedi ajuda à chefia; podia ser uma transferência para outro hospital, sem perder o emprego. Para São Paulo não deu certo, por causa do horário. Eu precisava me esconder, ainda preciso. Pedi ajuda a parentes, tenho dois filhos mais velhos e uma menina de 12 anos. Fiquei mudando de casa, morando de favor. Minha filha teve de deixar a escola.

Fiz um Boletim de Ocorrência no 4º DP de Diadema, conversei com a chefia no hospital. Havia a possibilidade de ser transferida para outro local. Verbalmente, fui orientada a me afastar, tentar resolver meus problemas e aguardar pela possível transferência. Cheguei até a procurar casa para ficar perto do local em que poderia ser transferida. Ligava todo dia para o hospital, tentando saber se havia novidade. Quando voltei, 15 dias depois, a surpresa: estava demitida, e por justa causa. Na hora em que mais precisei de apoio não tive. Minha reação? Chorei. Chorei o tempo todo.

Procurei o Sindicato e fui atendida, conversei com a advogada. Também fui orientada a buscar ajuda no centro de referência da mulher e falei com a assistente social. Não necessitei de abrigo porque tenho onde ficar, embora de favor. Ainda não pude buscar meus documentos, roupas, pertences. Embora a casa seja minha, tenho medo de voltar, porque ele está lá. Sou uma mulher de 49 anos e preciso trabalhar, preciso cuidar da minha filha, viver minha vida. Não posso ficar me escondendo para sempre”.

(*) o nome da trabalhadora não foi divulgado para protegê-la.

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