Esta é uma data máxima para a Bahia e uma das mais importantes para a nação, pois consolidou a Independência do Brasil em 1822, haja vista a permanencia no Brasil das tropas portuguesas que persistiam em continuar em algumas províncias.
Nesse dia foi deflagrada a guerra na Bahia que expulsou as tropas portuguesas. Pela importância, principalmente para os baianos, todos os anos a Bahia celebra o 2 de Julho de 1823.
No desfile,Tropas militares relembram a entrada do Exército na cidade e uma série de homenagens são feitas aos combatentes. Entre estes, destaca-se a figura da mulher que lutou bravamente e muitas perderam suas vidas. Entre essas mulheres uma delas hoje tem o seu nome reconhecido MARIA FELIPA que por ser descendente de africanos sudaneses sua coragem e luta jamais foi revelada. Só em 2007 a heroína entrou no circuito oficial das comemorações.
Heroína da Independência da Bahia
* Ilha de Itaparica, BA
+ Bahia (04/01/1873)
Maria Felipa era descendente de africanos sudaneses.
Natural de Itaparica, Maria Felipa foi uma mulher de muita coragem, de beleza por porte físico exuberante, habilidade de capoeirista e trabalhadora marisqueira, muito querida da pela população da Ilha de Itaparica, onde participou das lutas pela Independência na Bahia. Foi uma guerreira negra que comandou cerca de 40 mulheres num ato de ousadia e muito desembaraço, seduziram os portugueses e quando eles estavam completamente envolvidos e sem roupas deram-lhes uma surra de cansanção e queimaram 42 barcos da esquadra portuguesa, permitindo ao povo de Salvador a supremacia nos embates e a definição da situação, com a vitória sobre as tropas da dominação Portuguesa
Resgate
Segundo pesquisa de Eny Farias, Ubaldo Osório relata que em janeiro de 1905 o Conselho Municipal da Ilha de Itaparica recebe um abaixo assinado, solicitando que determinada rua passe a ter o nome de Maria Felipa.
Uma das ruas de Itaparica tem o nome de Maria Felipa, porém isto só ocorreu em 2007, ou seja, em mais de um século. O silêncio que faz calar o nome de Maria Felipa faz lembrar a autora Neusa Souza, que escreveu a obra Tornar-se Negro, na qual afirma que "saber-se negra é viver a experiência de ter sido massacrada em sua identidade, confundida em suas perspectivas, submetida a exigências, compelida a expectativas alienadas". Os diálogos na Ilha apontam o fato de Maria Felipa ter sido negra como motivo para seu esquecimento nos livros didáticos e nas comemorações. Contudo, lembramos mais uma vez Neusa Souza quando comenta que a experiência de ser negra é de igual modo "comprometer-se a resgatar sua história e recriar-se em suas potencialidades".
A heroína excluída das festividades no dia em que se comemora a independência da Bahia é historiada por Ubaldo Osório, que, inclusive, presta homenagem a Maria Felipa ao colocar o seu nome na primeira filha.