O Sind-Saúde/MG esteve na Casa de Saúde São Francisco de Assis, em Bambuí, no último dia 10, para realizar uma assembleia com os trabalhadores. Além de criar o núcleo do Sindicato na cidade e eleger os diretores, o Sindicato recebeu inúmeras denúncias de assédio moral, sobrecarga de trabalho e desrespeito às relações
de trabalho. Os servidores não têm definição de setor nem horário fixo de trabalho. Em caso de atestado médico, a direção da unidade abona apenas 8 horas diárias de trabalho e desconta o resto do dia de forma arbitrária e ilegal, obrigando o pagamento do restante das horas.A direção da unidade, contrária a resolução do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), sobrecarrega os técnicos de enfermagem com acúmulo de pacientes. No período noturno, apenas um técnico de enfermagem chega a ficar responsável por 14 pacientes crônicos totalmente dependentes e a maioria com uso de dieta enteral, o que pode acarretar riscos graves de erros.
Outra constatação é a falta de ergonomia nos locais de trabalho que pode gerar problemas de saúde no trabalhador e até mesmo lesões orteomusculares. A Central de Material Esterilizado (CME), por exemplo, apresenta bancadas abaixo do nível permitido para dobradura de roupas e aparelho de auto clave antiga que exigem grande esforço físico dos trabalhadores. Muitas já queixam de dores musculares que podem se tornar crônicos. Esses problemas se repetem em vários setores como na sala de curativos, onde não existem equipamentos adequados. O improviso gera a postura irregular por horas de trabalho com todos os tipos de curativos, muitas vezes realizados por apenas um técnico de enfermagem.
Não há a capacitação e segurança para servidores que demandam atendimento aos pacientes dependentes químicos. A direção age com truculência e quando questionada diz que existe leis próprias para o Hospital de Bambuí.
Outras graves denúncias foram feitas o que demonstram desmandos e assédio moral sofrido pelos trabalhadores. Muitos que estão em estágio probatório são impedidos de apresentar atestado médico sob a ameaça de serem punidos. O direito a liberação em dias de prova também é concedido de forma irregular, contrariando a Resolução da Seplag, pois os servidores têm que pagar a metade do dia.
Durante a assembleia foi criado o núcleo do Sind-Saúde de Bambuí e eleitos seus diretores: Jorge Luiz de Oliveira Leal; Clotildes Teixeira de Oliveira Dias; João Donizete Eleotério; Michelle Gomes da Silva; Silvana dos Reis Silva Resende; Lucimara Lamonier; Jane Elizabete Prado Ferreira, Rivelino Correia Miguel e Reinaldo Manoel da Silveira.
Após a visita, o Sind-Saúde/MG enviou questionamento à diretora de Gestão de Pessoas da Fhemig, Flávia de Queiroz Lima, pontuando todos os problemas encontrados e solicitando uma reunião em caráter emergencial, com a presença dos trabalhadores e do Sind-Saúde, para solução imediata de todas as questões.