CNTSS > LISTAR NOTÍCIAS > DESTAQUE CENTRAL > APROVADA CPI DA SAÚDE NA CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE – MS
08/05/2013
Na sessão desta terça-feira (07 de Maio) da Câmara de Vereadores de Campo Grande – MS, realizada pela manhã, foi criada a CPI da Saúde que vai apurar as irregularidades nos Hospitais do Câncer e no Hospital Universitário, após a repercussão nacional da reportagem de um veículo de comunicação que denunciou o caso no último domingo (05).
Força-tarefa
A crise da saúde e as diversas denúncias feitas pelos sindicatos cutistas e movimentos sociais e a repercussão nacional, provocaram a vinda do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha a capital sulmatogrossensse.
Nesta terça-feira, Padilha criou uma força-tarefa em Campo Grande, que irá fazer auditoria no Hospital do Câncer (HC) e Hospital Universitário da UFMS (HU).
Operação
A operação Sangue Frio, da PF (Polícia Federal) e CGU (Controladoria-Geral da União), foi deflagrada em março deste ano.
No Hospital do Câncer era cobrado pelo tratamento de pacientes que já estavam mortos. A auditoria da CGU mostrou que de R$ 25 milhões em contratos na unidade, R$ 11 milhões foram direcionadas a empresas da família dos diretores do hospital. No HU, são investigadas fraudes em licitações, corrupção passiva, desvio de dinheiro público e superfaturamento em obras.
A divulgação da operação causou indignação da população sulmatogrossensse. Desde fevereiro de 2013, o SINTSSMS, os sindicatos ligados à CUT e os movimentos sociais organizaram a Frente em Defesa da Saúde Pública para lutar pela defesa e ampliação do SUS.
Opinião
Genilson Duarte, novo presidente eleito da CUT-MS, acompanhou a votação na Câmara de Vereadores, junto com representantes da Frente Estadual em Defesa da Saúde Pública do MS. O dirigente afirmou que “infelizmente precisou um veículo de comunicação nacional fazer uma reportagem para os vereadores da Câmara de Campo Grande aprovar o pedido da CPI, a população já vinha cobrando a criação da CPI pelos parlamentares”.
O Presidente da CUT-MS completa “Essa reportagem só veio confirmar o que a população já sabia, pois estava sendo denunciada pela Frente em Defesa da Saúde Pública e também em alguns veículos de comunicação locais. Não dá para aceitarmos que haja um tribunal de morte nestes hospitais, não dá para aceitar que as pessoas não sejam punidas, que os responsáveis não devolvam o dinheiro desviado do SUS, por isso mesmo a CPI tem que ser pra valer”.
Vitória parcial
Para Alexandre Junior Costa, presidente do SINTSSMS e Secretário Geral da CUT-MS, a criação da CPI da Saúde é uma vitória dos usuários e da Frente Estadual em Defesa da Saúde Pública. Alexandre defende que a CPI da Saúde tenha resultados efetivos e afirma “a luta é para que esta CPI não fique restrita apenas às irregularidades do HC e do HU. Nossa preocupação é que não se restrinja as investigações apenas ao que a Polícia Federal já está investigando, pois a crise da saúde é generalizada, é o processo de privatização da saúde que está na base dos problemas que foram divulgados. O dirigente cutista convoca “agora vamos todos para a Audiência Pública da Assembleia Legislativa, dia 09 de Maio, pressionar pela aprovação da CPI da Saúde no estado, vamos à luta!”
Maria Helena, diretora do SINTSPREV-MS avalia que “a CPI deveria ser ampla, como a Frente Estadual reivindica. A Comissão Parlamentar tem que abordar todo o sistema de oncologia, mas também a falta de medicamentos nos postos de saúde, a baixa cobertura do PSF que na capital do estado beira 35%. É preciso investigar o funcionamento do sistema único de saúde de forma completa”. Maria afirmou que a vitória foi parcial, e concluiu “temos que continuar exigindo a CPI ampla da saúde, as pessoas morreram quase por homicídio isso é um crime contra a vida das pessoas. Isso acontece por conta do processo de privatização da saúde, para acabar com isso, defendemos que os recursos públicos do SUS sejam investidos em hospitais públicos”.
A luta continua
A Frente em Defesa da Saúde Pública do Mato Grosso do Sul criou uma campanha na internet defendendo a CPI da Saúde ampla e irrestrita em âmbito municipal e estadual. A campanha está nas ruas com o abaixo-assinado, os panfletos, os adesivos e também nas redes sociais.
Assessoria de Comunicação SINTSSMS
Conteúdo Relacionado