Sindicato de São Paulo reuniu autoridades internacionais para debater a saúde da categoria bancária
Escrito por: Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
Um auditório tomado por mais de 500 pessoas. Apenas uma mostra do interesse suscitado pelo tema saúde do trabalhador, centro dos debates promovidos pelo Sindicato no Seminário Internacional Saúde do Bancário realizado nesta quarta-feira 24, no Hotel Renaissance, em São Paulo.
Autoridades nacionais e internacionais reforçaram frase comum na rotina dos empregados de banco e que não por acaso tornou-se mote da Campanha Nacional Unificada 2011: bancário não é máquina.
Na mesa de abertura, a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, lembrou que em consulta, 70% dos trabalhadores da categoria apontaram a saúde e as condições de trabalho como prioridade.
A dirigente estava acompanhada pelo secretário de Saúde da entidade, Walcir Previtale, e de outros dirigentes sindicais bancários e da CUT. “Tenho certeza que a partir desse evento iremos obter informações ricas para orientar os trabalhadores e para buscar a transformação social”, disse Walcir.
Saúde mental - O assédio moral organizacional como causador do adoecimento físico e mental dos bancários foi o principal assunto da mesa “Saúde, Saúde Mental e Trabalho Bancário”, formada pela médica Maria Maeno e pelas psicólogas Renata Paparelli, Lis Andrea Sobol e Elizabeth Zulmira Rossi, e intermediada pela diretora executiva do Sindicato Rita Berlofa.
Justiça - Os desafios jurídicos, as relações de trabalho e a questão dos direitos humanos. Esse foi o tema da mesa coordenada pela secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas, e composta pelos advogados Antonio de Arruda Rebouças, Maria Leonor Poço Jakobsen e Luis Paulo Pasotti Valente, que também é juiz titular da 41ª Vara de Trabalho de São Paulo e vice-presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho da 2ª Região.
Ergonomia - O trabalhador não pode ser visto apenas como um organismo fisiológico, mas como um todo. Essa foi a tônica da mesa “Ergonomia, Economia e Trabalho Bancário”, com a participação do economista e ergonomista francês François Hubault, do economista e professor Christian Du Tertre, do engenheiro e professor Gilbert Cardoso Bouyer, e da psicóloga e ergonomista Júlia Issy Abrahão, professora da USP.
Mentira - Ser obrigado a mentir e passar por cima dos valores éticos, pessoais e profissionais em nome da empresa é a maior causa de sofrimento enfrentado pelo trabalhador. A afirmação do psicólogo da Universidade de Buenos Aires, Patrício Nushold, durante a mesa “O Trabalho Bancário e a Subjetividade” fez parte das exposições dos também psicólogos Seiji Uchida, professor da Fundação Getúlio Vargas, Duarte Rolo, do Conservatório Nacional de Artes e Ofícios de Paris, França, e Luciano Pereira, cientista social da Facamp.
Competitividade - O último painel do Seminário Internacional Saúde do Bancário foi também o mais aguardado, com a presença de Christophe Dejours, um dos mais respeitados especialistas sobre saúde do trabalho no mundo. Na mesa também estavam o professor Laerte Idal Sznelwar, do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP, Juvandia Moreira Leite, presidenta do Sindicato, e Walcir Previtale, secretário de Saúde da entidade, que abordaram a questão das metas e da competição imposta nos locais de trabalho.