A taxa de desemprego no país ficou estável em 11% em julho, mesma taxa verificada no mês anterior, de acordo com pesquisa realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em sete regiões metropolitanas e divulgada nesta quarta-feira (31).
Em julho, havia 2,44 milhões de pessoas desempregadas no país, 14 mil a mais que em junho.
Rendimento médio do trabalhador cai pelo 8º mês, aponta Dieese
"A pergunta que a gente faz, neste momento, é se o nível do desemprego vai se manter igual ao de 2010. Nos últimos três meses, não houve variação, a taxa ficou estável e o segundo semestre costuma contratar mais sazonalmente. Mas como verificamos ajustes no primeiro semestre, não há como prever como esse indicador vai se comportar", analisa Alexandre Loloian, coordenador técnico da equipe de análises da Seade.
O índice na região metropolitana de São Paulo também ficou praticamente estável, passando de 11% em junho para 11,1% em julho.
"O setor de serviços em São Paulo passa por um ajuste agora, depois de ter altos índices de crescimento no começo do ano e isso influencia na contratação. Em contrapartida, a indústria na região, que não vinha tão bem, voltou a contratar. O comércio também vive uma melhora que pode influenciar nas contratações no segundo semestre. Vamos esperar", afirma Loloian.
Em Porto Alegre e Salvador, as taxas apresentaram aumento de 7,8% para 8% e de 15,5% para 15,6%, respectivamente.
Em Belo Horizonte e Recife, as taxas tiveram queda de 7,7% para 7,6% e 13,9% para 13,7%.
No Distrito Federal, a taxa passou de 12,7% para 12,4%.
O desemprego verificado em Fortaleza se manteve em 9,7%. O total de ocupados nas sete regiões pesquisadas foi estimado em 19,7 milhões de pessoas, para uma PEA (População Economicamente Ativa) de 22,2 milhões.
Na divisão por atividade, o nível de ocupação cresceu em quatro dos cinco setores. No comércio, com abertura de 40 mil vagas, alta de 1,2%; na indústria, com a abertura de 33 mil vagas, alta de 1,2%; em outros setores, com abertura de 12 mil, alta de 0,8%; e na construção civil, com abertura de 6.000, alta de 0,5%.
No setor de serviços, houve variação negativa com fechamento de 27 mil postos de trabalho, queda de 0,3%.
RENDIMENTO
O rendimento médio real dos ocupados (descontada a inflação) caiu 0,5% no país em junho, chegando a R$ 1.356. Já o dos assalariados ficou em R$ 1.409. Esta é a oitava queda mensal consecutiva, segundo pesquisa Seade/Dieese.
Na análise por região metropolitana, o rendimento médio dos ocupados reduziu-se em três dos sete locais. A maior redução foi apurada em Belo Horizonte, com queda de 3%, para R$ 1.355. Porto Alegre e São Paulo também tiveram queda; de 0,8%, para R$ 1.402, e 0,5%, para R$ 1.460, respectivamente.
A remuneração média dos ocupados subiu em Fortaleza (1%, a R$ 902), Recife (1%, a R$ 986), Distrito Federal (0,8%, a R$ 1.941) e Salvador (0,5%, para R$ 1.052).
"A queda no rendimento médio coloca em dúvida toda a robustez econômica conquistada em 2010. Sazonalmente no segunda semestre a tendência é de alta do emprego e da remuneração, mas não podemos dizer o que vai acontecer neste ano", analisa Patrícia Costa, técnica do Dieese.
Segundo a técnica, como 2010 foi um ano atípico, de forte crescimento, este ano pode ser de ajuste. "Por isso não é possível prever ainda como será o segundo semestre. Há uma insegurança que pode influenciar em investimentos e contratações."