“Defender a jornada de 30 horas é lutar em defesa da vida,da saúde e da dignidade de trabalhadores e usuários”
Os trabalhadores do Hospital Universitário (unidades Materno Infantil e Presidente Dutra) estão em estado de alerta em defesa da jornada de trabalho de 30 horas, garantia de maior qualidade de vida para os servidores e melhor atendimento para a sociedade.
O Hospital Universitário presta serviços de grande relevância à sociedade maranhense, sendo unidades públicas de referência nas áreas em que atuam. No entanto, todo esse patrimônio acumulado está ameaçado por decisões administrativas unilaterais e impensadas que vêm sendo tomadas internamente.
As chefias, cumprindo certamente ordem da Direção do Hospital, estão impondo aos trabalhadores o aumento de sua jornada de trabalho para 40 horas, mudando todas as escalas a partir do dia 1º de setembro, sem qualquer diálogo com os servidores, que vêm sendo vítimas de pressão, ameaça de desconto no salário, intimidações nos locais de trabalho, ou seja, estão sendo submetidos a uma prática desrespeitosa com violência simbólica inadmissível e só vista em tempos de ditadura.
A jornada de 30 horas semanais (seis horas diárias corridas) é uma conquista dos trabalhadores da saúde e da previdência, efetivada em 1984, através de acordo (não oficial) com ministros e dirigentes da época, que vem sendo renovado ao longo dos anos. É uma conquista que custou muita negociação, mobilização e greve.
Os servidores não querem privilégios. Querem justiça, bom senso, reconhecimento e valorização. Trabalhadores de todo o mundo e de todas as categorias lutam pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salários. Na área de saúde, especialmente, é consenso que qualquer jornada superior a 30 horas semanais compromete a qualidade do serviço, a saúde e a qualidade de vida do servidor, por se tratar de trabalho naturalmente penoso.
Agora, no Hospital Universitário, querem fazer diferente. Aumentam a jornada de trabalho de maneira autoritária, sem qualquer reajuste de salários, o que, na prática, funciona como uma redução salarial: aumentam as horas trabalhadas, mas o salário continua o mesmo, então a hora de trabalho perde o valor.
Importante que a sociedade tenha clareza de que os trabalhadores não são os únicos prejudicados. Os usuários dos serviços do Hospital Universitário serão mais atingidos ainda.
A mudança atingirá a qualidade do serviço prestado automaticamente, com servidores mais cansados e mais desmotivados. Pior que isso, haverá uma evasão de pessoal (médicos, enfermeiros, atendentes, etc.), que buscarão sua aposentadoria para não se submeter a mais esse desmando da direção do HU. Na pediatria, por exemplo, todos os profissionais já anunciaram suas aposentadorias caso não se reverta a imposição da jornada de 40 horas.
Quem faz o Hospital Universitário são seus profissionais, são aqueles que lidam diretamente com os usuários. O que será das unidades Materno Infantil e Presidente Dutra sem médicos, enfermeiros, atendentes e pessoal administrativo? A sociedade irá pagar caro pela falta de bom senso e pelos abusos praticados por direção e chefias do Hospital Universitário, com anuência da direção da própria Universidade Federal, gestora do HU.
Os servidores do Hospital Universitário exigem mudança de postura dos dirigentes e contam com a sociedade nessa luta em defesa das 30 horas, que é a luta em defesa da vida, da saúde, da dignidade de trabalhadores e usuários.
SINDSEP/MA • SINTEMA • SINTSPREV/MA • TRABALHADORES DO HOSP.
Panfleto 30 horas_30ago2011.pdf
