Temas relacionados ao salário mínimo e aos aposentados brasileiros estão na agenda de prioridades do PT na Câmara este ano. O partido também espera votar os projetos do pré-sal, "matéria de interesse do Estado", nas palavras do novo líder do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (PE).
Por outro lado, ele reconhece que alguns assuntos enfrentarão dificuldades para avançar em ano de eleições. Ele disse que não haverá tempo, por exemplo, para votar a reforma política. Em sua opinião, esse tema deve ser imediatamente analisado no início do próximo ano, já na nova legislatura.
Leia a entrevista concedida por Fernando Ferro à Agência Câmara.
Agência Câmara: Quais são as prioridades do partido na pauta de votações deste primeiro semestre?
Fernando Ferro: A questão do salário mínimo, os aposentados e algumas emendas constitucionais que tenham consenso para ser votadas.
Agência Câmara: Qual a expectativa em relação à votação dos projetos do pré-sal?
Fernando Ferro: Estamos otimistas, achamos que é importante. É uma matéria de interesse do Estado brasileiro. Já se extrai o petróleo da região do pré-sal e nós precisamos, portanto, preparar a legislação para responder ao bom uso desses recursos e transformá-los em benefício para o crescimento do País.
Agência Câmara: O que esperar dos trabalhos legislativos neste ano de eleições? A Câmara vai avançar nos temas considerados importantes para o País?
Fernando Ferro: Eu creio que vai se avançar, sim. Nós não podemos parar nossos trabalhos. A população espera resultados da nossa atuação. Nós sabemos que haverá uma crescente presença da disputa eleitoral na agenda legislativa, mas faz parte da rotina da disputa democrática. Vamos enfrentar a oposição nesse debate e vamos também buscar negociar a construção de uma agenda comum em algumas matérias que eu entendo de interesse comum da situação e da oposição.
Agência Câmara: E a reforma política? Como o PT avalia esse assunto?
Fernando Ferro: A reforma política é das reformas mais importantes para o Estado brasileiro. Mas é lógico que, em um ano eleitoral, não há mais espaço para votar. Quero crer que, na próxima legislatura, no próximo ano, nós teremos condições de colocá-la de imediato, para atualizar nossa legislação e dar ao País uma reforma que permita aprofundar nossa democracia, valorizar o Legislativo e superar certas dificuldades que hoje enfrentamos em razão de uma legislação desatualizada.