Jornalistas, radialistas, artistas, intelectuais e sindicalistas de diversas entidades como a CUT/SP, CTB, ETESP, Sindicato dos Radialistas de São Paulo, entre outras, participaram do lançamento do Movimento Salve a Rádio e TV Cultura, realizado no auditório do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, na noite de quinta-feira, 12 de agosto.
O movimento pretende resistir e protestar contra as (más) intenções do governo do Estado de São Paulo, através do presidente da Fundação Padre Anchieta (gestora da RTV Cultura), João Sayad, de liquidar com a única TV pública existente do Estado, patrimônio cultural do povo paulista e demitir cerca de 1.500 funcionários, entre jornalistas, radialistas e setor administrativo.
O presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, José Augusto Camargo (Guto) disse que a sociedade está se mobilizando contra o desmonte da TV Cultura. Na tarde de quinta-feira (dia 12), o dirigente esteve reunido com o presidente da Fundação Padre Anchieta (gestora da Rádio e TV Cultura), que disse que não vai haver demissões. “O Sindicato, em sua função institucional, preocupa-se com os empregos dos trabalhadores. Mas não pode deixar de se manifestar contra o fim de um espaço que não pertence a uma gestão da Fundação e sim a todo o povo paulista”.
Já o representante do Sindicato dos Radialistas de São Paulo, Sérgio Ipoldo, disse que é funcionário da TV Cultura há 23 anos e que sempre, quando há troca de diretoria, há ameaças de demissões.
Durante o debate, a diretora de Comunicação do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Rose Nogueira, relembrou a história da TV Cultura de qual fez parte. Ela era repórter na TV quando o jornalista Vladimir Herzog foi detido pela repressão em 1975 e foi torturado e assassinado nas dependências do DOI-CODI.
A representante do Movimento Salve Manos e Minas, Maria Amélia Rocha Lopes, que foi funcionária da TV Cultura há anos e que retornou recentemente à emissora como PJ, também presente no encontro. Ela relatou a maneira que a TV Cultura acabou com o programa, de uma hora para outra e que ficou sabendo de seu fim pela imprensa. O programa dava voz a cultura de rua e a periferia. “O Manos e Minas, da TV Cultura, foi o veículo dessa voz que agora está sendo calada. João Sayad, o presidente da Fundação Padre Anchieta, tirou Manos e Minas do ar - o único programa que mostrou que periferia não é sinônimo de bandidagem. Ali nascem também artistas, trabalhadores e músicos, gente que faz Cultura de verdade”, diz o texto do abaixo-assinado criado pelo movimento.
Várias mensagens de apoio chegaram ao e-mail criado para apoiar o Movimento Salve a Rádio e TV Cultura. Eles não param de chegar no e-mail:
[email protected] . Se você ou sua entidade pretendem aderir, mande sua mensagem.
Foto - José Augusto Camargo (Guto) e Sérgio Ipoldo
Fotos: André Freire