Ato vai reunir trabalhadores com data-base no segundo semestre, como petroleiros e bancários
Petroleiros, bancários e outras categorias com data base no segundo semestre deste ano, junto com o presidente da CUT Artur Henrique e o secretário de Finanças da central, Vagner Freitas, realizam ato no Rio de Janeiro, no dia 21, reivindicando reajuste de salário e aumento real, ratificação das convenções 158 e 192 da OIT, fim dos correspondentes bancários e fim do Fator Previdenciário, entre outros itens.
A manifestação começa às 09h00, com concentração na Candelária. Às 10h00, os trabalhadores seguirão em passeata pelo centro financeiro, parando as agências bancárias por pelo menos uma hora. A passeata termina em frente ao edifício sede da Petrobrás, onde será realizado um ato público.
A intensificação do processo de pressão por ganhos reais ocorre após declarações de autoridades federais que relacionam o combate a crise econômica mundial a arrocho salarial. Um exemplo disso veio da chamada autoridade monetária. Após reduzir a taxa Selic em 0,5%, o Banco Central divulgou um relatório onde diz que “existe um risco muito grande na possibilidade de concessão de aumentos de salários, incompatíveis com o crescimento da produtividade e suas repercussões negativas sobre a dinâmica da inflação”.
Para a diretoria executiva da CUT, o enfrentamento à crise não se faz com arrocho salarial, nem tampouco com a criminalização dos salários. O enfrentamento à crise se faz com política de valorização real do salário mínimo, fortalecimento das aposentadorias, aumento dos salários e geração de empregos; com a redução da jornada de trabalho sem redução de salários e da rotatividade no emprego, entre outros itens.
“Tentar transformar o salário em vilão da inflação e, portanto, em um inimigo do combate à crise é uma estratégia que já deu errado em governos anteriores”, diz Vagner Freitas. Para ele, “as autoridades econômicas e os gestores das empresas deveriam ter aprendido com os erros do passado”.
Outro argumento importante dos CUTistas e dos trabalhadores para exigir aumento real é o cenário econômico no Brasil, muito diferente da situação enfrentada atualmente por países da Europa e pelos Estados Unidos, estes, sim, sofrendo as consequências da crise econômica.
“As empresas brasileiros, em especial a Petrobrás e os bancos, apresentaram resultados positivos e crescimento superiores aos registrados no ano passado. Nossa luta é para que parte deste lucro seja repassado aos trabalhadores através de aumento real, melhoria dos benefícios e das condições de trabalho,” diz o presidente da CUT.
Para Artur, é preciso ficar muito claro que os trabalhadores estão bem informados, que sabem que “a crise não é aqui, é lá fora” e para mantê-la longe do Brasil, completa o presidente da CUT: “temos de fortalecer o mercado interno com mais consumo. E para isso tem de ter aumento de renda, tem de melhorar os salários as pessoas para que elas tenham condições de comprar”.
Resumo das pautas de reivindicações
Os 500 mil bancários do país, cuja data base é 1º de setembro, querem, entre outros itens:
- Reajuste de 12,8% (inflação do período mais aumento real de 5%).
- Piso igual ao salário mínimo do Dieese: R$ 2.297,51 (em junho).
- PLR de três salários mais R$ 4.500.
- Plano de Cargos e Salários (PCS) em todos os bancos.
- Gratificação semestral de 1,5 salário para todos os bancários.
- Contratação da remuneração total dos bancários.
- Vale-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio creche/babá: R$ 545 cada.
- Auxílio-educação para todos os bancários.
- Previdência complementar para todos os bancários
Os 75 mil petroleiros do Brasil, cuja data base também é 1º de setembro, querem, entre outros itens:
- Reposição das perdas do período, através do ICV/Dieese (7,29%); ganho real de 10%; - revisão do PCAC; -
- igualdade de condições de trabalho para os terceirizados, fundo garantidor para preservar os direitos dos terceirizados, protegendo-os contra os calotes das prestadoras de serviço; primeirização de todos os fiscais de contrato.
- fim das subnotificações de acidentes de trabalho; reconhecimento das doenças ocupacionais e da aposentadoria especial; autonomia das CIPAs para investigar acidentes; reconhecimento dos riscos ambientais nos ASOs; reconhecimento do benzeno nos ambientes de trabalho (refinarias, terminais e plataformas); participação dos sindicatos e das CIPAs nos monitoramentos ambiental e biológico; participação de um representante sindical nas reuniões das CIPAs.