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Gravidez tardia é tendência, segundo IBGE

09/05/2011

Escrito por: Repórter Diário

Gravidez tardia é tendência, segundo  IBGE Aline Bosio e Natália Fernandjes

Gravidez é considerada de risco a partir dos 35 anos, explica dra. Eliane / Foto: Marciel Peres

O estreitamento da pirâmide etária nos grupos mais jovens da sociedade e a redução nas taxas de fecundidade em todos os segmentos - segundo a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE 2010 - revelam tendência de gravidez tardia no Brasil. O fenômeno, observado principalmente entre a população inserida no mercado de trabalho, aponta mudança nos padrões familiares nos últimos anos, com priorização da carreira profissional em detrimento da formação da família.

De acordo com o IBGE, o número de mães com mais de 40 anos cresceu 27%, entre 1991 e 2000 e a escolaridade é um dos condicionantes do comportamento da fecundidade feminina, já que as mulheres com até sete anos de estudo têm,em média, 3,19 filhos, enquanto o número de filhos das mulheres com oito anos ou mais de estudo é 1,68.

A idade média com que as mulheres têm filhos também se diferencia pela instrução: entre aquelas com menos de sete anos de estudo, a média era de 25,2 anos. Entre as que têm oito anos ou mais de escolaridade, a idade média é de 27,8, diferença de 2,6 anos.

Adriana Capuano de Oliveira, professora de Sociologia da UFABC (Universidade Federal do ABC), observa que o mercado de trabalho passou a exigir cada vez mais dos profissionais, motivo pelo qual a mulher teve de prorrogar os planos de casamento e maternidade.“Para estar inserida profissionalmente é preciso dedicação - cursos, pós-graduação e especializações -, o que envolve tempo e dinheiro”, destaca.

A mulher que opta pela gravidez planejada - geralmente depois dos 30 anos - é aquela que recebeu estudo e deseja proporcionar qualidade de vida ao filho sem depender do marido, observa Adriana. A socióloga da UFABC destaca ainda que, no Brasil, é possível observar o outro extremo: meninas que engravidam na adolescência.“O que separa estes extremos é a consciência da mulher. No geral, as pessoas maduras não seguem mais os padrões de vida instituídos no século 19, quando a mulher era dona de casa e o casamento priorizado”, comenta.

PRIMEIRO FILHO AOS 37 SEM COMPLICAÇÕES

Marisa Alves dos Santos, professora do ensino fundamental, esperou 36 anos para engravidar do primeiro filho, Gabriel, hoje com oito anos. A moradora de Santo André conta que priorizou a vida acadêmica e profissional para depois pensar no casamento (realizado aos 33 anos) e na dedicação ao filho.“O planejamento evita arrependimentos. Aproveitei o máximo que pude a juventude e a vida a dois para depois engravidar, porque sabia que teria de doar grande parte do meu tempo ao bebê”, revela. Apesar da idade considerada pelos médicos arriscada para engravidar, Marisa comemora o fato de ter passado os nove meses de gestação tranquila.
Segundo a educadora, a única dificuldade em se ter filhos mais velha é uma menor disposição para brincadeiras de criança, no entanto considera a maturidade fundamental na hora de educar.“Aconselharia todas as mulheres a esperar para ter filhos. Isso evita aquela velha história de que a gravidez atrapalhou certos planos do casal”, comenta.

Ter filhos mais tarde requer atenção redobrada
Os investimentos na carreira têm feito muitas mulheres adiarem a maternidade.Quando a decisão chega a partir dos 35 anos já é considerada pela medicina gravidez tardia e de risco. Por este motivo é que nesta faixa o acompanhamento médico deve ser feito com maior frequência para evitar problemas de saúde com a gestante e o bebê. Eliane Terezinha Rocha Mendes, obstetra e diretora técnica do Hospital da Mulher de Santo André, explica que a gestação a partir desta idade é considerada de risco porque apresenta mais chance de desenvolver doenças genéticas, como a síndrome de down, e o aparecimento de complicações, como hipertensão, diabetes e cardiopatias. “Estes problemas ocorrem porque o óvulo de uma menina de 20 ou 25 anos é diferente de uma mulher mais velha”, conta a médica. Como resultado disso, as chances de casos de síndrome de down passa de 1% na idade fértil normal (até por volta dos 30 anos) para 4% na tardia.

Para evitar ou diagnosticar problemas como estes, além dos exames comumente realizados nas gestantes, as mães com mais idade passam por ultrassom detalhado e cariótipo (exame que permite o estudo dos cromossomos).“Também há maior controle dos hormônios da tireóide e da glicemia”, diz a médica. Segundo Eliane, com este tipo de cuidado a mãe deverá ter gravidez mais calma, entretanto, o sucesso da gestação não depende apenas dos médicos.“Cada organismo reage de uma maneira”, destaca.

A HORA DO PARTO

A preparação para o parto também exige atenção especial quando as mães têm mais idade. Isso ocorre devido ao aumento do risco de complicação, como pressão elevada, hemorragias e contrações inadequadas.
O sucesso do parto também depende do planejamento da gravidez. “É função do médico solicitar exames pré-concepção para verificar antecedentes de doenças, se é a primeira gravidez ou não e se, caso não seja, se houve algum tipo de problema durante a gestação ao no momento do parto anterior”, ressalta.“Se estiver tudo normal, as chances de tudo sair como planejado são grandes”, destaca a obstetra.



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