CNTSS > LISTAR NOTÍCIAS > ACONTECE > SINDIHOSPA NEGA AUMENTO, DESRESPEITA CATEGORIAS E IGNORA MINISTÉRIO PÚBLICO
20/02/2014
Demonstrando mais uma vez a total falta de valorização da classe trabalhadora e ignorando a mediação do Judiciário, o Sindihospa – sindicato patronal que representa os hospitais privados de Porto Alegre –, que foi cobrado pelo Ministério Público do Trabalho a reajustar salários dos enfermeiros (as), se nega a atender a isonomia pleiteada pelo Sergs em favor da categoria, reivindicação reconhecida e cobrada aos empregadores pelo MPT.
Em reunião de mediação ocorrida em 14 de janeiro, representantes da patronal chegaram a admitir ao MPT que o reajuste de 2% concedido ao Sindisaúde-RS no início daquele mês teve o caráter de desmobilizar as categorias, que estavam organizadas por meio da Campanha Salarial Unificada dos Trabalhadores da Saúde.
Na ocasião, a procuradora Regional do Trabalho Beatriz Fialho apontou que o reajuste concedido somente para parte dos profissionais da saúde implicou na desvalorização das demais categorias. A interventora emitiu uma recomendação na qual apontou que o Sindihospa reajustasse os salários dos demais trabalhadores e trabalhadoras, nos mesmos moldes concedidos ao Sindisaúde, encaminhamento negado pela patronal em correspondência enviada ao MPT no dia 4 de fevereiro.
“A patronal não propõe nada para 2012 e 2013, sequer aceita a proposta que foi feita pelos procuradores, jogando todas as reivindicações para o processo de negociação 2014. Dessa forma, expõe claramente o que aponta em sua missão, descrita no documento enviado ao MPT, onde o Sindihospa se diz um promotor da livre iniciativa e economia de mercado, tratando a saúde como mercadoria”, diz a diretora de Assuntos Jurídicos, Cristina Irene Kienzle.
Ela lembra que o Sindihospa representa cerca de 11 hospitais e inúmeras clínicas, universo que só mantém o cotidiano de atendimentos graças ao esforço conjunto de milhares de trabalhadores e trabalhadoras na saúde, realidade ignorada pela patronal. E adianta: “Os trabalhadores, a cada dia que passa, se indignam com tal desrespeito, indicando que o próximo passo pode ser o estado de greve”.
Anahi Fros - Jornalista (MTb. 9420
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