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19/03/2012
Dependendo do risco que o cliente ou a empresa oferecem, será possível reduzir juros em até mais da metade
Para atender à determinação de Dilma Rousseff de reduzir o custo dos empréstimos no país, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal se preparam para cortes mais agressivos nas taxas oferecidas a clientes com histórico de bom pagador.
Os principais focos das medidas são os juros cobrados no cheque especial e no cartão de crédito.
A Folha apurou que, dependendo do risco que o cliente ou a empresa oferecem, será possível cortar as taxas em até mais da metade. Em produtos específicos, os juros podem cair de 10%, 9% para 3% ao mês.
De acordo com técnicos envolvidos na discussão, isso é possível a partir de uma mudança na lógica atual do sistema de crédito, em que o medo dos bancos de levar calote faz o índice embutido no custo dos empréstimos para compensar as perdas ser cobrado indiscriminadamente. Aí, a taxa fica mais alta para todos.
A estratégia discutida com o ministro Guido Mantega (Fazenda) é fazer um "reescalonamento" em produtos que têm perdas altas e, ao mesmo tempo, acabam se tornando um armadilha para o consumidor, como cheque especial e cartão de crédito.
Para o governo, boa parte da população, sobretudo de renda média e baixa, tem o costume de fazer uso do cheque especial e, como as taxas são elevadas, acabam num ciclo vicioso, com os juros altos dificultando cada vez mais a quitação da dívida.
No diagnóstico da equipe econômica, com a oferta de linhas mais baratas como consignado ou crédito pessoal, a pessoa só se endivida no cheque especial ou no cartão por falta de conhecimento de que é possível pagar o valor com um empréstimo de prazo maior e taxa menor.
Por isso, os bancos oficiais querem liderar um processo de educação financeira, com campanhas que expliquem o custo e a opções de crédito disponíveis no mercado.
CUSTOS
Outro objetivo do estudo é simplificar a estrutura de custo do sistema bancário, que, na avaliação da equipe econômica, ainda é do tempo de inflação e juros altos.
Sem essa revisão, os bancos começarão a perder lucro, avaliam assessores do ministro da Fazenda. Com isso, compartilhamento de terminais de autoatendimento e digitalização total de vários processos -como compensação de cheque- são considerados fundamentais.
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