CNTSS > LISTAR NOTÍCIAS > DESTAQUES > DIRIGENTES DA CNTSS/CUT PARTICIPAM DO ENCONTRO DO COLETIVO NACIONAL DE COMBATE AO RACISMO DA CUT
25/11/2024
A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS/CUT) e secretária nacional de Combate ao Racismo da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Maria Júlia Reis Nogueira, coordenou, nos dias 21 e 22 de novembro, em São Paulo, o Encontro do Coletivo Nacional de Combate ao Racismo da Central. A atividade, que aconteceu de forma presencial, reuniu lideranças dos Ramos, das Estaduais e do movimento social na sede da Central, na capital paulista.
O encontro, além de destacar os impactos do racismo estrutural no mercado de trabalho, também observou as pautas de relevância para o próximo ano, com destaque à 5ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Social (5ª CONAPIR), convocada para período de 25 a 29 julho de 2025, e a Marcha das Mulheres Negras, prevista para 25 de novembro de 2025. De acordo com Júlia Nogueira, a proposta do encontro visou reunir as lideranças para discutir e deliberar sobre ações prioritárias na luta nacional contra o racismo para o próximo ano.
“Nesta reunião do coletivo dos dias 21 e 22, de forma coletiva, devemos pensar quais ações a CUT vai propor durante a 5ª CONAPIR, que trata a democracia e a reparação racial como os eixos principais da conferência. É fundamental também que nesta reunião do coletivo possamos pensar e estabelecer as ações prioritárias, evidentemente que vinculadas ao mundo do trabalho, que a CUT vai propor na conferência”, destacou a dirigente em entrevista concedida ao site da Central.
Nesta importante agenda de debates, a CNTSS/CUT também foi representada por sua secretária de Combate ao Racismo, Cleidinir Francisca do Socorro, e por sua secretária de Comunicação e também da CUT Nacional, Maria Aparecida de Faria. Na manhã do primeiro dia de trabalho, 21/11, as lideranças dos Ramos e Estaduais da CUT apresentaram um relato de suas ações nesta área.
O início da tarde foi reservado para a realização de uma mesa com representantes do movimento social para obtenção de um panorama atualizado da luta na sociedade e das próximas agendas a serem construídas. Coordenada pela secretária de Combate ao Racismo da CUT São Paulo, Rosana Aparecida da Silva, a mesa contou com as contribuições de Rosa Negra, do Movimento Negro Unificado (MNU); Nuno Coelho, do Agentes de Pastorais Negros (APN); Marina Duarte, do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR) e Almir Aguiar, da Juventude Negra Viva.
Na sequência, foi lançado um olhar atento sobre a realidade do mercado de trabalho para a população negra, a partir de pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), que explicita, entre outros dados, que, apesar dos avanços, a desigualdade racial de rendimentos ainda se faz presente no mercado de trabalho, quando, em média, o rendimento médio do trabalho negro é 40% inferior aos dos não negros. Outro dado aponta que os negros com ensino superior ganham até 32% a menos que os demais trabalhadores com o mesmo nível de ensino.
O segundo dia do encontro, 22/11, teve a participação da ex-ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), Matilde Ribeiro, que contribuiu com uma análise de conjuntura. Para ela, os governos democráticos e populares inaugurados com Lula e Dilma trouxeram avanços em políticas públicas voltadas à população negra. Mas também salientou que houve uma desconstrução enorme durante os governos Temer e Bolsonaro.
Para além deste problema, a ex-ministra destacou que esta nova onda da extrema direita no país e no mundo coloca desafios para se pensar estratégias de resistência e que garantam avanços nas lutas e nas políticas públicas de promoção da igualdade racial. Para ela, a discussão do Coletivo Nacional da CUT vai ser fundamental para levar propostas do campo do trabalho para 5ª CONAPIR e para a Marcha das Mulheres Negras.
Outro aspecto que destacou com muita preocupação é o aumento do número de mortes da população negra. O relatório "Violência Armada e Racismo: o papel da arma de fogo na desigualdade racial", divulgado pelo Ministério da Saúde, aponta que homens negros têm três vezes mais chances de morrer por disparos de armas de fogo do que os brancos. O estudo do Ministério demonstra que em uma década, de 2012 a 2022, 79% das vítimas de homicídio do sexo masculino eram negras. “É absurdo esse índice de violência de jovens negros nas periferias do Brasil. Esse é o nosso desafio”, enfatizou Ribeiro.
A tarde deste dia foi destinada ao trabalho em grupos para que as lideranças destacassem estratégias de participação da classe trabalhadora não só durante a 5ª CONAPIR e na Marcha das Mulheres, mas também durante todo o processo de discussão e preparação destas duas agendas de grande valor na luta contra o racismo e por igualdade racial.
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José Carlos Araújo
Assessoria de Imprensa da CNTSS/CUT
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