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A luta pela legalização do aborto é uma luta de classes

Escrito po: Imprensa CNTSS

01/10/2010

•Célia Regina Costa - Secretária de Mulheres da CNTSS

No dia 28 de setembro em conjunto com as manifestações de mulheres de toda a America Latina e Caribe, a Frente Nacional Contra a Criminalização do Aborto, do qual a CUT faz parte, lançou a Plataforma pela Legalização do Aborto. Esse documento defende a retirada da prática de aborto do Código Penal brasileiro e a garantia do atendimento, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Sugere ainda que as mulheres que por livre decisão queiram interromper a gravidez, o façam até a 12ª semana de gestação. E para os casos de gravidez resultante de violência sexual, até a 20ª semana.

A proposta se sustenta no reconhecimento de que os métodos contraceptivos falham e os serviços de planejamento familiar também, por isto, "nenhuma mulher deve ser presa, punida, maltratada ou humilhada por ter feito um aborto" e o Estado, de forma laica e respeitosa, deve garantir o direito ao aborto para todas as mulheres sem discriminação de raça ou classe.

Mas na verdade este debate está mais fundo, escondido em um subterrâneo que precisamos trazer à luz e olhar, para esta luta, como uma luta de classe.

No Brasil, o aborto é praticado como crime, e tanto a mulher que o praticar, como quem de qualquer forma auxiliá-la, poderá ser preso. Todos sabem que os abortos são praticados, principalmente para quem pode pagar , com todas as benesses de um atendimento adequado e garantido em clínicas médicas particulares, com um procedimento médico de rotina , com toda dignidade.

A hipocrisia começa com as mulheres da classe trabalhadora, a forma como a sociedade lida com a questão do aborto, pois na prática as mulheres pobres morrem ou ficam com seqüelas sérias nos abortos clandestinos, ou, quando ocorrem maiores complicações que faz com que dêem entrada no pronto socorro da vida, são humilhadas, ameaçadas e ficam à mercê de todos os tipos de constrangimento.

Por que a sociedade reprime tanto o direito da mulher da classe trabalhadora ter seu direito de escolha? Porque ao obrigá-la a continuar sua gestação, estará garantindo o exército de reserva para o Capital, e ao interromper, poderá colocar em risco o que esta estabelecida para a mulher da classe trabalhadora.

Por todas estas questões é necessário que os movimentos feministas, movimentos sociais e as entidades sindicais elejam bancadas comprometidas com as questões das classes trabalhadoras e em especial das mulheres.
Muito mais, precisamos acirrar nossa luta para garantir um Estado laico onde as mulheres possam utilizar a Saúde Pública, conquistada com anos de árdua luta para garantir um atendimento justo e digno quando essa trabalhadora decidir fazer um aborto. “ Continuaremos a lutar até que todas estejamos livres”.



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