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CUT completa 35 anos em meio a maior luta da sua história

28/08/2018

Com o golpe de 2016, a CUT enfrenta mais uma vez um período de Estado de Exceção cuja luta para resgatar a democracia no País passa pelas eleições deste ano, diz Vagner Freitas

Escrito por: CUT

 

 

28 de agosto de 1983. Ditadura militar no Brasil. O país estava mergulhado numa crise econômica e política. A inflação batia 150% ao ano, a dívida externa chegava a US$ 100 bilhões, o desemprego e a fome cresciam e os salários ficavam cada vez mais arrochados.

 

Foi nesse contexto que mais de cinco mil trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil, reunidos no galpão da extinta companhia cinematográfica Vera Cruz, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, baseados em princípios de igualdade e solidariedade, fundaram a Central Única dos Trabalhadores (CUT), atualmente maior central sindical do país e da América Latina e a quinta maior do mundo.

 

CEDOC/CUT1° Congresso Nacional da Classe Trabalhadora, em São Bernardo do Campo

 

O plano de lutas aprovado pela CUT, no 1º Conclat - Congresso Nacional da Classe Trabalhadora -, exigia o fim da Lei de Segurança Nacional e do Regime Militar, o combate à política econômica do governo, o fim do desemprego, a defesa da reforma agrária construída pelos trabalhadores, reajustes trimestrais dos salários e liberdade e autonomia sindical.

 

Nesta terça-feira (28), 35 anos depois, a CUT enfrenta mais uma vez, desde 2016, um período de Estado de Exceção e luta contra um golpe que retirou do governo uma presidenta legitimamente eleita, Dilma Rousseff, e mantém há mais de quatro meses como preso político a maior liderança popular do país, Luiz Inácio Lula da Silva.

 

“Nascemos do enfrentamento que ajudou a derrubar a ditadura militar e deu início à redemocratização deste país. Construímos tanto, que o atual golpe, em vez de destruir, fortaleceu ainda mais a Central Única dos Trabalhadores, que está à frente de todos os enfrentamentos contra os ataques aos direitos sociais e trabalhistas”, diz o presidente CUT, Vagner Freitas.

 

Com 3.980 entidades filiadas, 7,9 milhões de trabalhadores e trabalhadoras associados e 25,8 milhões em toda a base, “a CUT segue sendo importantíssima para o Brasil, porque é uma instituição nascida da luta em defesa da democracia, e não há democracia sem a CUT e seus sindicatos, garantindo que a voz da classe trabalhadora seja ouvida e respeitada”, diz  Vagner, que ressalta: “a CUT nunca deixará de fazer a defesa da classe trabalhadora, nosso compromisso histórico desde a fundação”.

 

“Apesar de tudo o que os golpistas vêm fazendo desde 2016 para acabar com a estrutura e a organização sindical desse país, eles não conseguiram e não conseguirão calar as nossas vozes, impedir a nossa luta”, afirma o presidente da CUT.

 

Segundo ele, o povo brasileiro e a comunidade internacional são testemunhas da capacidade de organização, mobilização e resistência da CUT e dos seus sindicatos, tanto antes quanto depois do golpe.

 

“A CUT sempre esteve nas ruas. Lutamos contra a ditadura, contra a carestia e contra o golpe, que a mídia chamou erradamente de impeachment. Não foi impeachment porque não foi comprovado crime de responsabilidade”, pontua Vagner.

 

“E, nas ruas, construímos a maior greve geral da história deste país contra a reforma da Previdência”, destacou Vagner, se referindo ao dia 28 de abril de 2017, quando uma greve geral convocada pela CUT e demais centrais paralisou o país e mobilizou 48 milhões de trabalhadores e trabalhadoras.

 

Diversas cidades amanheceram sem nenhuma movimentação no dia 28 de abril de 2017. O Brasil parou

 

“Nas ruas e nos locais de trabalho”, prossegue o dirigente, “combatemos as reformas e medidas recessivas que retiraram direitos da classe trabalhadora. Nas ruas, defendemos as empresas e bancos públicos, denunciamos o desmanche dos programas sociais. Nas ruas lutamos, e continuaremos lutando, contra todo tipo de injustiça. Nas ruas, defenderemos o direito de um operário disputar a Presidência da República”.

 

Eleições 2018 e a defesa da democracia

 

Para o presidente da CUT, o dia 7 de outubro, primeiro turno das eleições de 2018, é mais um dia importante para a classe trabalhadora ocupar as ruas e escrever mais um capítulo da história do Brasil. “É o momento de estarmos nas ruas defendendo a democracia nesta que será a eleição das nossas vidas”.

 

“É a oportunidade que teremos de recuperar a legalidade democrática do país e eleger Lula, o melhor presidente da história do país, segundo o povo brasileiro”.

 

Tatiana Melim

 

 

 

CUT é homenageada em sessão solene na Câmara dos Deputados

 

CUT faz 35 anos de luta e resistência num dos piores momentos desde sua criação. Para a Central, eleger Lula é a garantia que a classe trabalhadora tem de reverter retirada de direitos

 

 

Com o plenário principal da Câmara dos Deputados lotado, a CUT foi homenageada na manhã desta segunda-feira (27), pelos seus 35 anos de vida, luta e resistência, que será comemorado nesta terça-feira (28). Ao longo da solenidade, dirigentes que participaram do ato denunciaram a prisão política do ex-presidente Lula, candidato às eleições deste ano, empunhando cartazes e gritando Lula Livre. A presidência da Casa também permitiu que os sindicalistas entrassem no plenário Ulysses Guimarães vestindo camisetas de seus sindicatos, federações e confederações, e o tradicional colete vermelho da CUT.

 

Da tribuna, a vice-presidenta da CUT, Carmen Foro, lembrou que a história da Central se mistura com a do País nas últimas três décadas. “Desde o nascimento da CUT lutamos pela democracia, direitos, trabalho decente, inclusão de jovens, mulheres, indígenas e sem terra”, destacou a dirigente.

 

“Mas o que produzimos de melhor para enfrentar a luta de classes aqui em nosso país foi o maior presidente da República, que é o Lula, um dos fundadores da Central Única dos Trabalhadores. Portanto, para nós, CUTistas, nesse momento o que é mais importante na luta por direitos é retomar a democracia e ter Lula livre para que possamos votar no candidato que representa os trabalhadores e as trabalhadoras.”

 

A dirigente também falou sobre o lançamento da Plataforma da CUT – Eleições  2018, com propostas da classe trabalhadora para os candidatos à Presidência da República, que será lançado nesta terça-feira (28) à noite.  

 

Segundo Carmen, a Plataforma expressa a visão econômica, de inclusão e de desenvolvimento para o país, com geração de emprego e renda e, também, propõe uma reforma na estrutura tributária. “Portanto”, disse a vice-presidenta da CUT, “seguirmos nos próximos 35 anos, com muita vontade de transformar a realidade da classe trabalhadora brasileira”.

 

Nestes últimos 35 anos, nada aconteceu em defesa dos trabalhadores e das trabalhadoras e contra os interesses da burguesia, que não tenha passado pela CUT, declarou o presidente nacional da Central, Vagner Freitas, que agradeceu a homenagem recebida na Câmara Federal.

 

“A Central é uma das mais importantes organizações de defesa da classe operária, reconhecida mundialmente". 

 

Vagner falou do árduo trabalho dos últimos dois anos, capitaneado pela CUT em parceria com os movimentos sociais, parceiros incansáveis na luta por direitos sociais e trabalhistas.

 

“Tudo o que conseguimos salvar até hoje foi pela atuação da CUT e dos movimentos sociais, como a retirada da reforma da Previdência na pauta dos golpistas e, mais recentemente, a negociação dos bancários que garantiram 5% de reajuste salarial com manutenção de direitos, em uma negociação bastante tensa”, se referindo a greve geral de 28 de abril do ano passado, que barrou a reforma da Previdência e a Campanha Salarial dos Bancários.

 

Segundo o presidente da CUT, apesar de reforma Trabalhista ter sido aprovada, o movimento sindical tem condição de reverter o estrago feito na CLT. "A gente não esmoreu e continua lutando“.

 

Para o presidente em exercício da CUT do Distrito Federal, Rodrigo Rodrigues, o golpe de Estado que foi dado contra a democracia calou a voz e a participação da classe trabalhadora, como na época da criação da CUT, durante a ditadura militar. E 35 depois, “estamos em processo eleitoral cujo principal candidato, que está à frente em todas as pesquisas, está condenado e preso injustamente sem nenhuma prova, para ser impedido de competir nas eleições”.

 

“Exatamente por não termos no Congresso Nacional uma grande bancada que represente a classe trabalhadora, sofremos aqui mesmo nesta Casa, o golpe que retirou os direitos já conquistados e garantidos de trabalhadoras e trabalhadores, num dia vergonhoso, exatamente há dois anos, no dia 29 de agosto de 2016, quando incriminaram a presidenta Dilma Rousseff, legitimamente eleita pela maioria da população”, lembrou Rodrigo.

 

Me lembro das reuniões preparatórias de fundação da CUT como se fosse hoje, discursou o deputado petista Vicentinho, primeiro presidente da Central.

 

“Aprovamos no 1º Conclat em 1981 (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora) a criação, eleição e uma comissão nacional pró-CUT. O objetivo era fundarmos a nossa Central em 1982, mas devido a uma série de ajustes, só foi possível construir uma central sindical democrática um ano depois, em 1983”, recordou o parlamentar.

 

“E foi assim, com a presença de mais de cinco mil delegados e delegadas do campo e da cidade, entre eles Chico Mendes e Margarida Alves. Estava lá nosso grande articulador Lula, Avelino Ganzer, Jair Meneguelli, que depois foi nosso presidente, e tantas outas pessoas que acreditaram, que a CUT foi fundada e consolidada. Hoje essa central, ao completar 35 anos, mantém coerência dos seus propósitos e relação com suas bases”.

 

Ex-presidenta da CUT-DF, Erika kokay denunciou a prisão de Lula ao homenagear a central aniversariante.

 

“Lula é preso político neste país. Está encarcerado sem crime e sem provas. Está encarcerado como muitos neste país durante a ditadura. Naquela época, se o golpe vestia farda, hoje também veste toga e paletó e se utilizam os mandatos parlamentares para rasgar 54 milhões de votos e tirar uma presidenta legítima do poder e extinguir direitos duramente conquistados”.

 

Para a secretária nacional de Formação da CUT, Rosane Bertotti, a história da central com a democracia brasileira e com os avanços e conquistas do mundo do trabalho e da democracia, dos direitos sociais, da política pública, se confunde com a criação da CUT.

 

“A CUT é uma central sindical que, desde que nasceu, tomou como posição a discussão do mundo do trabalho, mas também as implicações do mundo da economia, da política, que tem tudo a ver com o mundo do trabalho. Por isso,  a CUT não é uma central sindical neutra. Por isso, ela se colocou ao lado e na defesa da democracia contra a ditadura e construiu um debate em nível nacional. E é por isso que a CUT diz hoje que o golpe foi contra o Brasil, a democracia e os trabalhadores”.

 

Este é um momento de profunda reflexão de todo um processo de apoio às estruturas sindical, afirmou o secretário-adjunto de Comunicação, Admirson Ferro, conhecido por Greg.

 

“É um momento de disputa de poder então vamos ter de entrar na disputa por essas eleições. Vamos ter de fazer com que esse Congresso Nacional mude e tenha uma cara mais do povo e da classe trabalhadora. Não pode ser um parlamento que represente só o poder econômico, a classe empresarial e os latifundiários”, analisou o dirigente.

 

Já a secretária-adjunta Geral, Maria Faria, disse que a cada ano que passa a CUT reafirma, cada vez mais, o motivo da sua fundação, seja a partir de sua fundação ainda na ditadura militar, ou agora com o golpe parlamentar de 2016.

 

“Ela [CUT] veio num crescente de autoafirmação, de aglutinação, de organização e conscientização da classe trabalhadora, mas muito mais que isso, ampliou as suas bases, ação, motivação e atuação para além do chão da fábrica. Ela de fato se tornou uma Central Única dos Trabalhadores cidadã, compreendendo o trabalhador e a trabalhadora como um ser social, um indivíduo com direitos, deveres, desejos e capacidade. Por isso deu esse salto de qualidade”.

 

Olhando para trás, neste momento que estamos vivendo, prosseguiu a dirigente, o que foi a nossa fundação em um momento tão difícil de mudança e resistência, vemos que a CUT tem o papel fundamental nessa resistência que temos que ter para impedir o avanço do golpismo que se instalou em nosso país.

 

A sessão solene realizada na Câmara dos Deputados foi solicitada pelo deputado federal Vicentinho (PT-SP), ex-presidente da Central e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, e pela deputada federal Erika Kokay (PT-DF), ex-presidenta da CUT-DF.  Na ocasião também foi comemorado o 39º aniversário da sanção da lei da Anistia.

 

Fundada no dia 28 de agosto de 1983, em plena ditadura militar, a CUT foi a primeira central sindical brasileira e está entre as cinco maiores do mundo. Atualmente, a central está organizada em 26 Estados e no Distrito Federal e tem 3.980 entidades filiadas, 7,9 milhões de trabalhadores e trabalhadoras associados/as e 25,8 milhões em toda a base.

 

 

Luciana Waclawovsky, especial para Portal CUT

 CADU BAZILEVSKI

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