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Metalúrgicos do ABC e bancários de SP param contra reforma

19/02/2018

“Já é uma greve vitoriosa. Ninguém saiu de casa porque os trabalhadores entenderam o que essa ‘deforma’ pode fazer nas nossas vidas”, diz presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Escrito por: Érica Aragão

Mais de 50 mil metalúrgicos do ABC nem saíram de casa nesta segunda-feira (19), em protesto contra a reforma da Previdência. Os pátios de montadoras como Ford e Mercedes Benz ficaram completamente vazios durante a madrugada, horário em que chegam dezenas de ônibus às fábricas. De braços cruzados, os trabalhadores decidiram que nenhum carro ou caminhão será produzido hoje. Todas as montadoras da região e a maioria das autopeças aderiram à paralisação contra o fim da aposentadoria, organizado pela CUT e demais centrais sindicais.

Pátio da Mercedes Benz vazio, ninguém foi trabalhar no dia de greve contra a reforma da Previdência“Ninguém veio para os locais de trabalho porque todo metalúrgico sabe a importância da Previdência na vida de cada trabalhador e trabalhadora. Previdência Social é mais do que aposentadoria, é um sistema de Seguridade Social que foi conquistado com muita luta pelos trabalhadores”, diz o metalúrgico, trabalhador na Mercedes Benz em São Bernardo do Campo, e secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre.

“E agora, eles querem desmontar o sistema público previdenciário como fizeram com a reforma Trabalhista”, destaca Nobre, referindo-se aos ataques contra a classe trabalhadora do governo golpista e ilegítimo de Michel Temer (MDB-SP).

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC convocou uma greve de 24 horas para barrar e enterrar de vez a reforma que acaba com o direito do povo de se aposentar e a adesão foi de quase 100%. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, o Wagnão, foi de fábrica em fábrica conferir como estava à adesão da greve no ABC.

“Já é uma greve vitoriosa. Os trabalhadores e as trabalhadoras aderiram em massa ao nosso chamado. Os ônibus chegaram vazios e isso comprova que ninguém saiu de casa porque os trabalhadores entenderam o que essa ‘deforma’ pode fazer nas nossas vidas”.

“É um dia de protesto, de luta e de greve contra a reforma da Previdência”, disse Wagnão.

“E o mesmo está acontecendo no país inteiro. Em todos os estados estão ocorrendo mobilizações, paralisações, greves e manifestações. É um grande recado da classe trabalhadora, nas ruas e nas redes, aos golpistas que querem acabar com a Previdência Social”, ressaltou o secretário-geral da CUT.

Bancos param em SP e em vários estados
Os bancários também aderiram à greve no ABC, em São Paulo e vários estados do Brasil.

Em São Paulo, 88% dos bancários aderiram à paralisação, segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (SPBancários).

No centro de SP, bancos estão fechados. Bancários protestam contra a reforma da PrevidênciaNo centro da capital paulista, as agências amanheceram fechadas – devem abrir por volta das 12h - e os sindicalistas e militantes ficarão o dia todo na frente dos bancos conversando com os trabalhadores e as trabalhadoras sobre os impactos que a aprovação dessa reforma representa para milhões de brasileiros e brasileiras que não conseguirão se aposentar.

A presidenta do Sindicato dos Bancários, Ivone Silva, ressaltou que não é só o fim da aposentadoria que está em jogo e destacou quem são os principais interessados em aprovar essa ‘deforma’ na Previdência Social.

“A ‘deforma’ da Previdência não é só acabar com a aposentadoria, é acabar também com o auxílio doença, com o auxílio maternidade, entre outros direitos duramente conquistados”.

Segundo Ivone, “os maiores interessados nesta reforma são os bancos. Com a privatização da Previdência, são eles que vão continuar lucrando trilhões vendendo planos de previdência privada”.

“Se engana quem acha que isso é melhor para o Brasil e para os brasileiros. Já foi contabilizado, com a contribuição individual na previdência privada, o trabalhador ganha muito menos do que na Previdência Social”, esclareceu Ivone.

A reforma da Previdência e a intervenção militar no Rio de Janeiro
A reforma da Previdência estava prevista para ser votada nesta semana, mas Temer fez uma intervenção militar na segurança pública do Rio de Janeiro, o que impede a votação de emendas à Constituição.

“Além da arbitrariedade com o povo carioca, na verdade, o governo tenta, de maneira autoritária, buscar factóide para desviar a atenção do povo com relação à reforma da Previdência. A CUT é contra essa intervenção no Rio de Janeiro, que é, na realidade, uma cortina de fumaça para o que está acontecendo no país, com desemprego, desmonte da legislação trabalhista, PEC que congela por 20 anos os investimentos para saúde e educação, entre outras medidas que acabam com os direitos da classe trabalhadora”, disse o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre.

Segundo Nobre, eles [parlamentares] só não votaram porque ainda não tem os 308 votos necessários, mas os apoiadores do governo e da reforma estão fazendo muita pressão nos deputados e senadores.

“Por isso é muito importante continuarmos pressionando também e dizer que estamos de olho no que eles vão votar. E o recado já foi dado, se votar a favor da reforma, não volta!”.

Eleição Sem Lula é Fraude
Outro tema bastante abordado neste Dia Nacional de Luta, com greves, paralisações e atos em todo o País, foi a perseguição política ao ex-presidente Lula.

“O presidente Lula é a esperança da classe trabalhadora para recuperar seus direitos e eles [parlamentares] sabem disso e perseguem a maior liderança da classe trabalhadora. Lula combina democracia, direitos e emprego e ele já disse publicamente que vai fazer um referendo popular para revogar todas essas medidas”, disse Sérgio Nobre.

A presidenta do Sindicato dos Bancários, Ivone Silva, concorda com a avaliação do secretário-geral da CUT e alerta que é a democracia que está em jogo neste momento.

“Nós defendemos a democracia e a melhor forma para isso é ter eleição. E Lula significa tudo isso, foi com ele que vivemos os melhores dias na democracia. Eleição sem Lula é fraude!”.

 

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