Relatório revela problemas da terceirização na saúde pública
Vistoria feita pela Secretaria de Corregedoria aponta falta de médicos em hospitais com serviço temporário
Na semana passada, a Secretaria Especial de Corregedoria e Ouvidoria Geral visitou quatro hospitais do Estado do Paraná com o objetivo de vistoriar a presença de médicos nas unidades de saúde.
Foram encontradas deficiências no Centro de Reabilitação Ana Carolina Xavier e no Hospital Regional do Litoral, que mantém contratos temporários de trabalho. Já no Hospital Colônia Adauto Botelho todos os médicos escalados estavam presentes durante a vistoria. O documento também reitera que na unidade “todos os médicos são servidores públicos estatutários”.
O SindSaúde/PR - Sindicato dos Servidores Estaduais da Saúde - tem denunciado os diversos problemas enfrentados tanto por servidores como usuários dos hospitais públicos do Estado, como a falta de médicos, a precariedade nos atendimentos, falhas de estrutura e gestão e, principalmente, a utilização de trabalhadores terceirizados e temporários.
“O relatório do próprio governo só reafirma a necessidade de acabar com o trabalho terceirizado nas instituições públicas”, afirma a diretora do SindSaúde/PR, Ana Lúcia Canetti. “Os hospitais que mantém convênios com prestadores de serviço não concursados, como o Hospital Regional do Litoral ou o Centro de Reabilitação, são a prova disso, porque mostram que essa forma de contratação lesa a administração pública e prejudica a qualidade do serviço”, ressalta.
Para a diretoria do SindSaúde, essa situação tem de ser contornada com o chamamento dos aprovados no concurso público realizado pelo governo do Estado no ano passado. “O governo já dispõe de pessoal para substituir os quadros de trabalho terceirizados nos órgãos de saúde do Paraná. Já passou da hora de chamar esse pessoal”, diz Ana Lúcia.
HRL
No caso específico do Hospital Regional do Litoral (HRL), o sindicato vem acompanhando sistematicamente os problemas da unidade desde sua inauguração, em agosto de 2008. As denúncias vão desde equipamentos insuficientes até a falta de estrutura e a política de contratação temporária. O SindSaúde também concentrou esforços para mobilizar a categoria e a sociedade para evitar o fechamento do Hospital Infantil Antônio Fontes (HIAF). O secretário estadual da Saúde, Gilberto Martin, havia prometido que o HIAF seria transformado no Centro da Criança e da Mulher. Isso ainda não aconteceu e o hospital permanece fechado.
Nesta sexta-feira, 29 de janeiro, a diretoria do SindSaúde vai até o Hospital Regional do Litoral para passar informes aos servidores da unidade.