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Em mesa sobre gênero e raça, uma constatação: 'há muito a ser desconstruído'

13/04/2017

Congresso Extraordinário da FENAPSI fez debates sobre assuntos em pauta na sociedade

Escrito por: Sinpsi SP

 

Que uma onda conservadora vem sendo instrumentalizada pela direita não há dúvidas. Mas poucos cidadãos sabem que a Psicologia está mobilizada para enfrentar esse momento de golpe e retirada de direitos. Foi o que o Congresso Extraordinário da FENAPSI comprovou com as falas em mesas como a que abordou o contexto em que conservadorismo precariza as vidas e os trabalhos d@s psicólog@s.

 

A Psicologia precisa estar presente para a construção de uma sociedade mais justa, por isso o objetivo é não dissociar o debate de classes do debate de gênero, de raça, de orientação sexual. O conjunto da política é o foco.

 

Gloria Ventapane, do Sindicato dos Psicólogos da Bahia, contou um pouco de seu histórico de problemáticas e preconceito por ser negra na cidade não-africana com maior concentração de pessoas negras.

 

“Quando eu entrei no curso, havia apenas quatro alunas de pele preta na minha turma. E delas eu era a mais questionadora. E olha que nem eram questões exatamente sobre racismo. Além disso, as pessoas sempre me perguntavam se eu era estudante de ProUni, mas eu não era bolsista e a faculdade era particular”, comentou.

 

A psicóloga conta que, após muitas negativas em processos de estágio, foi trabalhar com pesquisa na área de saúde, ambiente em que falava de questão racial.

 

“Trabalhei no interior da Bahia, onde conheci o racismo em sua forma mais clássica, aquela em que ele é naturalizado. Como hoje mesmo, na fila do almoço aqui do hotel. e duas pessoas conversavam sobre se à tarde viriam de turbante. Foi uma provocação? Provavelmente. O negro é silenciado historicamente, pelo processo de invisibilidade”, afirmou.

 

Ao longo de sua apresentação, a sindicalista falou da relação de gênero e raça. Citou comentários ouvidos no cotidiano tanto por pessoas gays quanto por pessoas negras, e mulheres. “Há muita coisa a ser desconstruída. Mãos à obra!”, finalizou.

 

Política pública

 

Também na mesa, Shirlene Queiroz, ainda vice-presidenta da FENAPSI (foi empossada presidenta no dia seguinte), também fez um relato sobre sua história de mulher nordestina trabalhadora.

 

“Atuei no interior da Paraíba e posso garantir que há muito sofrimento ao ouvir comentários preconceituosos que rechaçam a pessoa pelo sotaque e pelo fato de ser nordestino. Mas, pela militância, fomos avançando e trazendo a Psicologia em disputas bem fortes, em outros patamares”, avaliou.

 

Todos os presentes concordaram com ser urgente mudar essa Psicologia referenciada somente no consultório. O caminho é o da política pública assegurada, que alcance os rincões do país.

“Fazer o serviço de saúde mental como rede é empoderar o usuário, que vai poder reclamar o seu almoço, a sua dignidade, os seus direitos. O Programa Brasil Carinhoso, do governo golpista, propõe condições muito relativizadas. Se a pessoa é bem-nascida, será uma boa pessoa, se nasce em família sem instrução, precisa de orientação para ser um bom cidadão?”, questionou Shirlene.

 

 

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