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Obesidade infantil cresce entre os mais pobres

20/10/2009

Escrito por: Fonte - Aline Mazzo do Agora

Obesidade infantil cresce entre os mais pobres
A desnutrição deixou de ser o principal problema alimentar quando se trata de crianças e adolescentes. Nos últimos anos, a obesidade infantil e juvenil ocupou esse lugar, inclusive entre as classes mais baixas da população. No Ambulatório de Obesidade Infantil do Instituto da Criança, do HC (Hospital das Clínicas), referência nesse tipo de atendimento na capital, metade dos 200 pacientes pertence às classes D e E.

Excesso de peso na juventude pode trazer doenças permanentes
Segundo a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde, entre 1996 e 2006 a desnutrição infantil caiu 50% no país, resultado de uma queda apontada nos últimos anos.

Último levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2003, mostra que a desnutrição infantil caiu de 16,6% para 4,6% nos últimos 30 anos na região Sudeste. Nos mesmos período e região, o excesso de peso, entre jovens com idade entre 10 e 19 anos disparou, passando de 4,4% em 1974 para 21,5% em 2003. O antigo ambulatório de desnutrição do HC deu lugar ao de obesidade.

O pediatra especializado em nutrologia do Instituto da Criança, Ary Lopes Cardoso, lembra que, antigamente, o atendimento era basicamente de crianças com nutrição primária (causada por falta de comida), mas nos últimos 15 anos o quadro mudou. "Um distúrbio deu lugar ao outro e agora atendemos muitas crianças e jovens obesos. Desnutrido, só se for por causa de alguma outra doença. Falta de comida já não mata mais na capital."

Segundo o chefe do ambulatório do HC, o endocrinologista Durval Damiani, as pessoas têm dinheiro para comer, mas isso não significa que elas se alimentem bem. "Verduras, legumes e carnes custam muito caro", analisa.
No lugar desses alimentos, as famílias optam pelo que mata a fome e é barato: o carboidrato. Farinhas, bolachas, batata, massas a base de trigo e pães. "Tudo isso vira açúcar quando metabolizado pelo organismo. O que não é gasto pelo corpo se transforma em gordura, e muita", observa Damiani.

O aumento de renda das classes mais baixas facilitou o acesso aos alimentos, segundo ele. "Isso deveria ser bom, mas existe um efeito colateral da alimentação, que é o sobrepeso", explica o médico.

A obesidade, segundo Damiani, aparece principalmente, quando a má alimentação se alia à comodidade da vida moderna, que é um convite ao sedentarismo. "Até a comida chega na porta de casa", argumenta.

O sedentarismo, a falta de espaço para brincar e a insegurança fazem com que os jovens fiquem cada vez mais dentro de casa.

"As crianças passam cerca de oito horas por dia diante de uma tela, seja ela de TV ou do computador", revela o endocrinologista.


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